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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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80 tiros sete dias depois de 31 de março

"No dia 31 de março, o presidente Jair Bolsonaro mandou comemorar ou rememorar o que seria, segundo ele, a data em que os militares evitaram a instalação do regime comunista", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "Oito dias depois, às duas e meia da tarde de um domingo, militares que policiavam a Vila Militar, no Rio de Janeiro, dispararam oitenta tiros contra um veículo cujos ocupantes não haviam manifestado nenhuma atitude hostil", afirma; "O episódio se tornou tão simbólico quanto o assassinato de Marielle. E quanto maior for o seu silêncio, mais os brasileiros ficarão convencidos de que os militares não foram santos ontem e não o são hoje" 

80 tiros sete dias depois de 31 de março
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Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia

No dia 31 de março, o presidente Jair Bolsonaro mandou comemorar ou rememorar o que seria, segundo ele, a data em que os militares evitaram a instalação do regime comunista.

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Falou muito a respeito, colocou os militares no céu, chamou-os de salvadores da pátria e outros epítetos. Defendeu a classe militar contra todas as evidências históricas.

Não havia perigo algum – está nos jornais e nos livros. Foi apenas um pretexto, tal e qual o Plano Cohen de 1937, fake news usada por Vargas para decretar a sua ditadura.

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Mas ele não recuou. Está convencido de que os militares constituem uma classe de santos acima de qualquer suspeita que devem merecer louvores.

Sete dias depois, às duas e meia da tarde de um domingo, militares que policiavam a Vila Militar, no Rio de Janeiro, dispararam oitenta tiros contra um veículo cujos ocupantes não haviam manifestado nenhuma atitude hostil.

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Um pai de família, o músico Evaldo Rosa foi brutalmente assassinado diante da mulher – que pedia clemência, mas recebeu deboche em resposta – e de seu filho que ainda pergunta “cadê meu pai”?

Três dias depois do episódio que o porta-voz do governo chamou de “equívoco” e o ministro da Defesa de “lamentável incidente”, mas que foi um assassinato a sangue frio, o presidente que elogiou a ditadura militar parece ter perdido a língua. Não disse nada contra nem a favor. Não se compadeceu da mulher que ficou sem marido, do menino que ficou sem pai. Não tuitou nada, ele que tuita tanto para não dizer absolutamente nada.

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Pior para ele. O episódio se tornou tão simbólico quanto o assassinato de Marielle. E quanto maior for o seu silêncio, mais os brasileiros ficarão convencidos de que os militares não foram santos ontem e não o são hoje. 

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