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Luiz Antônio Carvalho

Jornalista, formado em Filosofia pela Universidade ParisX, Nanterre

7 artigos

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A ajuda da Globo a Bolsonaro

Bolsonaro aposta todas as fichas no fortalecimento bélico e social da extrema direita golpista. Acredita que a Globo erra de novo ao imaginar que seu bloco de centro-direita, anti-petista, venha se firmar como a alternativa ao Bolsonarismo e ao PT

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A democracia americana ou inglesa não seriam as mesmas se suas maiores redes de televisão decidissem não dar voz às lideranças democratas ou trabalhistas, hoje na oposição, no debate das políticas públicas de enfrentamento da pandemia ou da crise econômica. No Brasil, o partido da mídia decidiu que a única oposição que merece ser ouvida é aquela derivada de um racha dentro do próprio governo: generais dissidentes, o DEM que lidera o Congresso ou que divide o ministério, Doria, Witzel ou Caiado nos estados.

O espírito de seita nunca foi monopólio da esquerda. Durante a segunda guerra o isolacionismo americano, que ajudou a expansão do nazismo e o fortalecimento do militarismo japones, era apoiado tanto pelo partido comunista, enquanto durou o pacto germano-soviético, quanto pela maior parte da centro-direita. Roosevelt e Hopkins tinham de ajudar ingleses e soviéticos escondidos da mídia.

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Diante da pandemia a Globo tomou o partido da ciência e da informação. Cientistas, médicos e até lideranças das favelas passaram a ter voz. Mas quem lidera a oposição em Brasília é o DEM do Maia e do Mandetta. Nos estados, Dória, Witzel e Caiado dão o ritmo. Como experimentadas  vivandeiras de quartel, todo poder dever ser dado ao general Braga Neto ou ao vice Mourão. Ciro Gomes? Só se for para esculhambar o candidato da oposição que teve 45% dos votos válidos.

Para derrotar o bolsonarismo, forte nas FFAA, nas PMs, nas milícias e junto a 25% do eleitorado, seria preciso unir toda a oposição. Tanto a que surgiu dentro do próprio governo quanto a perdeu as eleições. Um bloco de salvação nacional  _ que conseguisse clima e votos para afastar por 180 dias do presidente eleito, com maioria simples na Câmara, pelos crimes cometidos e ulterior discussão do impeachment _teria de incluir do Psol ao DEM. Na atual correlação de forças sociais e políticas nenhum grupo isolado de oposição  venceria o  bolsonarismo.

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A Globo porém decidiu há algum tempo que o Partido dos Trabalhadores e sua principal liderança são uma força política a ser eliminada da vida pública. Seu envolvimento com a corrupção, decidiu a Globo, com boa dose de hipocrisia, é de natureza diferente do envolvimento do PSDB. Um bloco de centro esquerda, moderado, liderado pelo PT é tratado como a outra face da mesma moeda extremista que exibe do outro lado o bolsonarismo pró tortura e anti ciência, STF, Congresso, liberdade de expressão…

O sectarismo de esquerda, que acha possível derrotar o Bolsonarismo genocida sem a centro-direita, se encontra assim com o sectarismo de direita. A Globo acha possível vencer o bolsonarismo fortalecendo um bloco oligárquico de forças que permaneça tendo  o Partido dos Trabalhadores como seu inimigo central.

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O jovem estrategista de Bolsonaro percebeu isso. Aposta todas as fichas no fortalecimento bélico e social da extrema direita golpista. Acredita que a Globo erra de novo ao imaginar que seu bloco de centro-direita, anti-petista, venha se firmar como a alternativa ao Bolsonarismo e ao PT. Os bolsonaros lembram todo tempo que o Brasil mudou: nós elegemos o Dória, o Witzell, vociferam Umas meia verdade. Uns elegeram os outros.

Só uma oposição de A a Z poderia derrotar a extrema direita. Já o anti-petismo da Globo pode garantir sua permanência no poder e talvez,  vade retro, sua reeleição. Eliminá-los da vida pública, como a Globo gostaria de fazer com o PT, esquece.

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