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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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A Bolsonaro, restou o partido do Cabo Daciolo

"Não é apenas porque Bolsonaro é um encrenqueiro, e exige controlar seu novo partido, que ninguém o quis. É também, e sobretudo, porque muita gente não leva fé em sua reeleição".

Adilson Barroso, presidente do Patriota, e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa / PR)
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Por Helena Chagas

Seria quase inimaginável supor que um presidente da República, no pleno exercício de suas funções e candidato à reeleição, não conseguisse criar um novo partido político num país que tem tantos. Mais impensável ainda seria que o tal governante, depois de distribuir verbas para obras e cargos em profusão, não conseguisse se filiar à legenda que lhe aprouvesse nessa base beneficiada. Assim foi, porém, com Jair Bolsonaro. Fracassou em criar o Aliança, foi barrado no PP e está a caminho de uma legenda nanica e enrolada, o Patriota -- que também entrou em guerra interna por causa dele..

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O conflito é uma característica do desagregador Bolsonaro, que só sabe se movimentar politicamente brigando. Saiu do PSL atirando e atirando deve entrar em sua nova legenda. Mas a situação atual mostra bem mais do que isso, e quem não quer ver o rei nu que tape os olhos. O presidente da República ainda não se filiou a um partido porque nenhuma das legendas de primeira linha do país -- aquelas que possuem estrutura no país e bancadas ao menos médias no Congresso -- quer saber dele.

Não é apenas porque Bolsonaro é um encrenqueiro, e exige controlar seu novo partido, que ninguém o quis. É também, e sobretudo, porque muita gente não leva fé em sua reeleição. Mesmo o aliado PP, que teve seu apoio para eleger Arthur Lira presidente da Câmara, e hoje frequenta a copa e a cozinha do Planalto, facilitou a articulação do entorno do presidente para levá-lo para o partido. Os cabelos dos setores nordestinos do PP, onde há preferência geral por Luiz Inácio Lula da Silva, se arrepiaram ao ouvir falar na possibilidade.

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Seus caciques, como Lira e o senador Ciro Nogueira, deram sorrisos amarelos e saíram e fininho diante da possibilidade de filiação do presidente e de seus filhos. Desfrutam das benesses do governo, mas querem marchar livres, leves e soltos para 2022. Alguém duvida que, num eventual novo governo do PT, eles estarão lá?

Pois é, a política é assim. Mas, em favor dos antecessores, pode-se dizer que nunca antes neste país um presidente da República teve vida partidária tão enrolada. O novo lar, o Patriota, é o antigo PEN, Partido Ecológico (?) Brasileiro, que nunca deu muita bola para o meio ambiente e cujo principal dirigente, Adilson Barroso, é alvo de acusações de ter destinado verbas do fundo partidário a familiares.

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Se realmente chegar a se filiar, o presidente da República terá como companheiro o Cabo Daciolo e uma bancada de seis deputados na Câmara - isso se nenhum deles debandar com a sua chegada.

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