A China revisitada
Há um renascer de esperanças, calcadas em árduo trabalho e em nações como o Brasil e a China. Nelas, está o grande futuro
No início dos anos 80 Roberto Campos, o ilustre pensador, economista e homem público brasileiro, foi à China Continental e, ao voltar ao nosso país, publicou um pequeno livro transcrevendo brilhante discurso seu no Senado da República. Nele, o conhecido liberal deixava claro seu entusiasmo com a grande nação asiática e antevia seu futuro grandioso rumo à liderança econômica e geopolítica mundial.
Acabo de chegar daquela impressionante potência. Foi minha primeira visita e espero que muitas outras venham. Pequeno empresário
nos pujantes estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe, entrei em contato com vários setores do empresariado chinês, visitei cidades, feiras, empresas, fábricas, andei pelas ruas, interagi com o simpático povo de lá, observei a organização e a disciplina que regem a vida de 1 bilhão e 400 milhões de cidadãos chineses. Não vi miséria ou desorganização, senão progresso e entusiasmo. Creio ter sido tomado pelo mesmo espírito entusiástico do saudoso senador Roberto Campos e de todos os homens públicos, líderes empresariais ou apenas turistas que visitam e se impressionam com o tigre que se levantou nas lonjuras da Ásia.
Pude sentir que o povo chinês e seus dirigentes levam muito bem o seu presente e tem os olhos postos no futuro. O destino da China é o da liderança global, já tendo estabelecido a multilateralidade, ao lado do Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, seus fortes parceiros no BRICS. E vários outros países, com economias bastante fortes e indicadores sociais muito interessantes, já se unem aos cinco gigantes da aliança.
A balança comercial entre o Brasil e China tem saltado de forma considerável. Tal balança geralmente apresenta superávit para o Brasil, indicando que nossas exportações superam as importações chinesas. No entanto, em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde histórico de US$ 157 bilhões, com a China sendo o principal parceiro comercial do Brasil.
A China passou de 38º para 1º parceiro comercial do Brasil na história! Um indicador espetacular!
Em 2009 a China era apenas o 38º parceiro comercial do Brasil. Hoje ela é nosso maior parceiro, tendo destronado os Estados Unidos. Comemoramos 50 anos de relações bilaterais, onde as trocas comerciais cresceram de forma avassaladora: de 1981 para cá, houve uma alta exponencial de 59.300%!
Hoje, 33,2% do que exportamos tem como destino a China, ou seja, um 1/3 de toda nossa produção. Nossos produtores de soja já superaram os do oeste dos Estados Unidos no fortíssimo mercado chinês, e a expectativa é o de crescimento imparável das compras. Indústrias de vários setores da economia brasileira se fazem presentes por lá, ressaltando a alta qualidade do que produzimos.
O Brasil tem se esforçado na consolidação de tão fabulosa parceria. O governo federal através do Itamaraty e da reconhecida competência de nossa diplomacia; empresários e federações e sindicatos onde se congregam; grandes, médias e pequenas empresas brasileiras que buscam novos negócios no distante oriente. Podemos dizer o mesmo da China em relação ao Brasil, agregando as laboriosas entidades que congregam empresários de ambos os países.
Os Estados Unidos experimentam um momento até há pouco impensável, com um governo errático comandado por figura deplorável e bisonha. Já a China tem no seu leme um estadista com imensas e visíveis qualidades.
O multilateralismo produziu a ascensão do sul global e a decadência das velhas potências do passado. Se no sul destaca-se o Brasil, no novo norte a liderança é da China.
O futuro é auspicioso. Para mais além das dificuldades que sempre se apresentam aqui, ali e acolá, há um renascer de esperanças, calcadas em árduo trabalho e em nações como o Brasil e a China. Nelas, está o grande futuro.
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