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Gustavo Yuri Bortoluci

Fotógrafo, sociólogo em formação, ativista político e ativista LGBTQIA+. Membro do Diretório do PDT Americana/SP

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A Cloroquina e seu uso político

Não merecemos seguir sendo representados pelo “Messias” que não faz milagres, precisamos de um presidente

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
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A hidroxicloroquina ganhou um enorme espaço no atual cenário brasileiro, mas até onde seu uso é de fato, recomendado ou é apenas uma ferramenta para corroborar o discurso necropolítico de Jair Bolsonaro?

Na nossa recente história de políticas governamentais de enfrentamento a pandemia da Covid-19 no Brasil, vimos dois ministros da saúde caírem e dentre diversos fatores determinantes há um em comum, a famigerada Cloroquina. 

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Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que havia recebido no ministério, durante sua gestão, estudos que mostravam que 33% das pessoas tratadas com cloroquina em hospitais apresentaram quadros de arritmia cardíaca e tiveram seus tratamentos suspensos. A Sociedade Brasileira de Imunologia divulgou um parecer científico assinado por 22 membros do comitê e da diretoria onde diz: "...baseados nas evidências atuais que avaliaram a utilização da hidroxicloroquina para a terapêutica da Covid-19", a SBI conclui que "ainda é precoce a recomendação de uso deste medicamento (...) visto que diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que utilizaram hidroxicloroquina".Um estudo americano liderado por pesquisadores da Universidade da Virgínia, o mais completo até o momento, foi realizado com 368 pacientes veteranos de guerra em 170 clínicas da Veterans Health Administration e apresentou os seguintes resultados: 27,8% dos tratados com hidroxicloroquina morreram, 22,1% que além da hidroxicloroquina também receberam azitromicina morreram, já em contraponto os que não receberam o tratamento registraram uma proporção de mortes de 11,4%.

Também houve um estudo publicado na revista Lancet, que após um tempo foi retirado por incongruências técnicas, logo podemos concluir que até o presente momento não temos nenhum estudo conclusivo que comprove a real e científica eficácia desse medicamento para o tratamento da Covid-19, o mesmo apenas sempre foi muito eficaz no combate a malária.

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Se não há evidências científicas comprovadas para o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, porque o presidente Jair Bolsonaro insiste no protocolo de uso da mesma? A resposta é simples: Bolsonaro quer atender aos seus esdrúxulos conceitos pessoais e de seus apoiadores de que a economia vem primeiro às vidas e para fortalecer esse nefasto discurso ele se apega ao medicamento como mecanismo, ou seja, se temos a “cura” porque não voltar a vida normal? Apelando para a sua rede de disseminação onde seus apoiadores reproduzem tudo que o mesmo fala e massificam através, inclusive de fake News. Bolsonaro só esqueceu de combinar isso com a ciência mundial que se demonstra intacta a esses ataques nada empíricos e tem apresentado exatamente o contrário, de que a cloroquina pode promover mais mortes ao invés de curar. 

O presidente também ignora todas as pessoas que possuem um mínimo de consciência e sofrem todos os dias as consequências de uma política negacionista, de ódio e sobretudo genocida com requintes de crueldade, visto que, no atual momento em que o Brasil já passa dos 70 mil mortos em decorrência da Covid-19, Jair Bolsonaro que agora está infectado pelo coronavírus disse que está tomando hidroxicloroquina desde o início e incentiva a população a fazer o mesmo, mas o que o presidente não fala é ele se submete todos os dias a dois exames cardíacos para monitorar sua frequência o que reconhece que existe um risco. O grande problema é que apenas uma parcela muito ínfima da população tem acesso a todo esse acompanhamento médico e isso leva a grande maioria restante para uma zona de risco altíssima.

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Atualmente no Brasil, precisamos combater a pandemia da Covid-19 e a pandemia da ignorância e desinformação. Não merecemos seguir sendo representados pelo “Messias” que não faz milagres, precisamos de um PRESIDENTE. 

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