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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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A coesão do condomínio de poder bolsonarista e a urgência da frente ampla

Não vai ser simples derrotar o bolsonarismo em 2022. Ganhando, há o problema de assumir e governar. Pra ganhar, assumir e levar é preciso juntar gente, passar por cima de divergências, agrupar e fazer acordos e alianças para o 1º e 2º turnos

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Todas as pesquisas apontam para a disputa entre Lula e Bolsonaro em 2022. A pesquisa Exame/Ideia, publicada na última sexta-feira (21), indica que Lula teria 45% das intenções de voto contra 37% de Bolsonaro em um eventual segundo turno se as eleições fossem hoje.

Por região, Lula vence Bolsonaro no Sudeste (47% x 38%), e no Nordeste (50% x 35%). A situação se inverte, com Bolsonaro em primeiro lugar, no Norte (64% x 25%), no Sul (45% x 26%), e no Centro-Oeste (42% x 34%). A região Sudeste concentra a maior parte do eleitorado brasileiro, por isso Lula tem uma vantagem no total de votos.

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Na avaliação de 54% dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro não merece ser reeleito para mais quatro anos de mandato. A mesma pergunta em relação ao ex-presidente Lula, este número cai para 50%. A rejeição a Bolsonaro também é alta quando os eleitores são questionados em quem eles não votariam de jeito nenhum. Entre os entrevistados, 39% disseram que não dariam mais uma chance ao atual presidente. Lula aparece com 36%. Ou seja, polarização total.

Ainda não há clareza sobre o derretimento da base de Bolsonaro. E a falta de clareza às vezes gera ilusão. A ponto de ter quem aposte no presidente fora do 2º turno. Caso didático de pensamento positivo, ou para os que gostam de utilizar a expressão em inglês, wishful thinking. A máquina da presidência da república é fortíssima.

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Ele, mesmo nos piores momentos, nunca desceu do patamar de 25% de apoio, piso altíssimo. Ano que vem, é provável que teremos algum crescimento econômico - apesar do cenário ainda ser ruim - e a maioria da população estará vacinada, mesmo com o inaceitável e criminoso atraso.

Daí, sobre a aprovação de Bolsonaro, segundo a pesquisa Exame/Ideia ela nitidamente parou de piorar e estabilizou nos 50% de ruim/péssimo nos 22% de regular e nos 25% de ótimo/bom. Esses números praticamente garantem o presidente no segundo turno de 2022. Em resumo, o bolsonarismo segue vivo e perigoso.

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Daí, na política, penso que o condomínio de poder bolsonarista segue muito coeso. Para além da ala radical e odienta, os conservadores que compõem a base do governo no Congresso têm tomado a dianteira na defesa de narrativas do combate à pandemia, sobretudo na CPI. Vejam, o depoimento do general Pazuello simbolizou isso, a meu ver. Inclusive, acho que o general foi subestimado pelos senadores de oposição. Ele respondeu a quase tudo, se enrolou algumas vezes, é verdade, mas defendeu a narrativa e cumpriu sua principal tarefa: blindar o presidente.

Outro dado dessa coesão se deu na Câmara. Na aprovação da MP da privatização da Eletrobrás, a base do governo conseguiu colocar os liberais e as esquerdas no mesmo lado do ringue, contra os absurdos contidos na Medida Provisória do governo federal. Mesmo assim, a base parlamentar que compõe este condomínio de poder bolsonarista aprovou a MP que permite a venda de uma empresa estatal estratégica como é a Eletrobrás.

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O próprio orçamento paralelo do governo que está sendo tratado por um viés moralista da corrupção pura e simples, quando na verdade, o "bolsolão" nada mais é do que a organização da campanha presidencial de 2022 e, de quebra, vitaminando e consolidando este condomínio de poder no Congresso.

Não vai ser simples derrotar o bolsonarismo em 2022. E, em ganhando, há o outro problema, que é assumir e governar. Pra ganhar, assumir e levar é preciso juntar gente, passar por cima de divergências, agrupar e fazer acordos e alianças para o 1º e 2º turnos. E entende-se por acordo e aliança, quando feitos com quem pensa diferente. Não tem saída, pessoal. É frente ampla pra ganhar e frente amplíssima para assumir e governar.

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