A contradição do Exército Brasileiro
A sociedade civil, por meio dos movimentos sociais, demonstra estar atenta e mobilizada, reforçando a pressão para que o desmatamento não ocorra
Causa indignação e preocupação com a postura do Exército Brasileiro em relação ao projeto da Escola de Sargentos em Aldeia , especialmente diante da campanha "Uma árvore para cada soldado". O contraste entre a iniciativa de plantio e a insistência no desmatamento de uma área ambientalmente sensível como a APA Aldeia Beberibe, na Bacia do Catucá, de fato, levanta sérias questões sobre a coerência das ações da instituição e seu compromisso com a preservação ambiental.
A Contradição em Foco: Campanha Verde vs.Desmatamento Real -Essa movimentação aponta para uma dissonância marcante. Enquanto o Exército promove uma campanha que busca engajar seus soldados no plantio de árvores, o projeto de construção da Escola de Sargentos na APA Aldeia Beberibe, no Grande Recife , prevê o desmatamento de 91 hectares, o que representa a perda de aproximadamente 200 mil árvores. Além do impacto direto na fauna e flora, a localização proposta sobre a Bacia do Catucá, com o aterramento de nascentes e o comprometimento do aquífero, amplifica os riscos ambientais.
Essa situação gera um sentimento de desfaçatez e cinismo social. A percepção que se tem é dessa instituição estar subestimando a capacidade intelectual da sociedade civil ao tentar se apresentar como protetora da mata, enquanto pratica ações que vão na contramão dessa imagem .
Implicações para a Imagem do Exército e o Cenário Político - As consequências dessa postura para a já arranhada imagem histórica do Exército Brasileiro. A persistência em um projeto com tamanho impacto ambiental, especialmente em um ano em que o Brasil será sede da COP, pode, de fato, gerar um constrangimento sem precedentes para as autoridades governamentais, incluindo o Presidente Lula e a Governadora Raquel Lyra. A sociedade civil, por meio dos movimentos sociais, demonstra estar atenta e mobilizada, reforçando a pressão para que o desmatamento não ocorra.
A Esperança na Mediação e o Papel dos Ativistas Ambientais - O novo Secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Daniel Coelho, e sua trajetória política em defesa de pautas ambientais ,tais como o Novo Código Florestal e a PL da Devastação , aponta para uma esperança de que a situação possa ser revertida. A expectativa é que ele consiga dialogar com os generais, em particular com o general Joarez Pereira, para que reconsiderem a decisão.
Nesse cenário surreal, em pleno século XXI de emergência climática é de importância fundamental a mobilização dos movimentos sociais e da atuação de ativistas ambientais . É por meio dessa pressão contínua e da defesa intransigente da vida e da Mata Atlântica que se busca barrar a insensatez e a estupidez humana que ameaçam esse bioma vital.
É necessário estarmos vigilantes e engajados para proteger o meio ambiente e garantir que as instituições cumpram seu papel de responsabilidade social e ambiental.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




