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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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A contraofensiva de Bolsonaro

O presidente de plantão conseguiu dar ordem unida e cerrou suas fileiras para enfrentar a ofensiva que o faz sangrar com significativa perda de base. Agora, mais que as palavras, foi a foto do pronunciamento com todos os ministros, sendo os militares na frente, perfilados, indicando que não se trata de uma tutela do Bolsonaro, mas de uma tutela com Bolsonaro

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Bolsonaro visa atacar, destituir ou desmoralizar publicamente figuras com luz própria e credibilidade maiores que a sua, com o objetivo de uma clara tentativa de rearticulação e recomposição do governo. Nas últimas semanas demitiu o ministro da Saúde, Mandetta (DEM), desautorizou publicamente o da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM), e girou os canhões ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

Nesta semana, o ministro da casa civil, general Braga Neto anunciou um pacote econômico em contradição com a agenda ultraliberal de Paulo Guedes, deixando o posto ipiranga pendurado na brocha. Em seguida, Bolsonaro partiu pra cima de Moro, determinando a troca do comando da Polícia Federal, em desacordo com o ex-juiz e herói da Lava Jato, que em seguida, pediu demissão e saiu atirando, causando estragos na base social bolsonarista.

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Ainda não se sabe se a contraofensiva de Bolsonaro surtirá efeito, pois é um movimento arriscadissimo que pode representar a perda de apoio de setores importantes que ajudaram a eleger o governo, especialmente os grupos relacionados a Paulo Guedes e Sérgio Moro.

Além disso, Bolsonaro tenta se soltar das amarras com a centro-direita após as demissões de Mandetta e Moro, bem como a escanteada em Guedes. Tal movimento também tem a ver com a disputa do comando da Câmara, onde Bolsonaro tentará derrotar o candidato de Maia a partir de costura de acordo com o baixo clero do “centrão”, de Roberto Jefferson (PTB) e Valdemar da Costa Neto (PL).

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Com isso, há também uma clara intenção de Bolsonaro construir uma nova base de apoio no Congresso. Será que a partir daí, a centro-direita vai, em resposta, mover as peças para dar início à articulação para abertura de processo de impeachment? É um risco que o presidente deve ter na conta, sabendo que ainda não foi construída uma unanimidade entre as forças políticas sobre o tema.

No pronunciamento após a demissão de Moro, Bolsonaro falou bem - claro, a partir do ponto de vista dele e de sua base de apoio - foi rápido na resposta ao ex-juiz e forneceu a narrativa para os que o defendem. Manteve a linha de antissistema, de homem comum, honesto, colocou Moro como um vaidoso, incompetente e corrupto. Ou seja, discurso calibrado para disputar os 57 milhões de votos que teve e afirmar que o governo ainda não acabou.

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O presidente de plantão conseguiu dar ordem unida e cerrou suas fileiras para enfrentar a ofensiva que o faz sangrar com significativa perda de base. Agora, mais que as palavras, foi a foto do pronunciamento com todos os ministros, sendo os militares na frente, perfilados, indicando que não se trata de uma tutela do Bolsonaro, como alguns pensam, mas de uma tutela com Bolsonaro.

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