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Roberto Malvezzi

Graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Atualmente, integra Equipe CPP/CPT do São Francisco

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A crise é civilizacional, não apenas da água

Quando as pessoas colocam que não tem dentro de casa sequer água na torneira para lavar decentemente as mãos, então nos damos conta da fragilidade da civilização mundial para conter surtos, epidemias, pandemias e outros processos biológicos-sociais que se abatem sobre nós

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Em plena Semana da Água, tendo o dia 22 de Março como dia Mundial da Água, estamos no olho de uma pandemia virótica. Nesses momentos onde a sobrevivência fala mais alto que qualquer outro fato, é difícil, quase impossível, chamar a atenção para a floresta, quando todos os olhos estão voltados para uma árvore.

Entretanto, nosso problema fundamental não é um vírus, embora o seja no momento. Ao reduzir a economia, melhorou o ambiente do ar na China e em muitos países. Quando podemos ficar em casa, valorizamos o cotidiano que não conseguíamos enxergar. O ato de ler, escrever, contemplar, conversar, cuidar da casa, lavar os pratos, nos coloca no chão da maior parte da humanidade. Claro, estamos falando dos que podem ficar dentro de casa. A maioria tem que ir à luta para tentar ganhar o pão de cada dia. 

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Mas, quando as pessoas colocam que não tem dentro de casa sequer água na torneira para lavar decentemente as mãos, então nos damos conta da fragilidade da civilização mundial para conter surtos, epidemias, pandemias e outros processos biológicos-sociais que se abatem sobre nós e que estarão presentes em nosso meio com mais frequência e mais intensidade. 

Segundo um relatório da UNICEF de 2017, no mundo ainda há 2,1 bilhões de pessoas que não têm acesso à água potável. Há cerca de 4,4 bilhões que não tem saneamento básico seguro. Se o coronavírus chegar a essas populações com a mesma intensidade que tem se abatido sobre a classe média e mais ricos, será a dizimação de grande parte da humanidade. Acontece que as populações mais pobres são a imensa maioria e, por algum motivo da natureza, às vezes são mais resistentes. Foi o que aconteceu na África no surto do HIV, quando não havia o coquetel de remédios. Cientistas foram estudar prostitutas africanas que pareciam imunes a esse vírus.

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Gaia está mandando um aviso: quem manda aqui sou eu. O ser humano é apenas um hóspede de Gaia. Ela é nossa hospedeira. Não vejo como certos seres humanos, obcecados pelo dinheiro, poder e glória, um dia se colocarão diante dos limites da humanidade e decidam mudar os rumos de nossa civilização, na verdade, construir outro tipo de civilização, que respeite os limites de Gaia e os limites da humanidade. Porém, há uma certeza: um vírus mostra que nossa civilização tem os pés de barro e, a qualquer momento, Gaia imporá limites definitivos ao vírus humanus. 

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