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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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A crítica construtiva de Pedro Dallari ao Brics

É inquestionável a pertinência das observações do professor.

Cúpula dos Brics em Johanesburgo (Foto: REUTERS/Alet Pretorius)
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Ouvir Carlos Alberto Sardenberg na rádio CBN é quase sempre uma experiência soporífera. Nesta quinta-feira (24), ele derramou lamúrias por causa do crescimento do Brics. Na visão do neoliberal, a ampliação do bloco irá tão somente atender aos objetivos expansionistas da China contra o predomínio global dos Estados Unidos.  

Deixando Sardenberg de lado, ninguém em sã consciência pode contestar o ganho de força do Brics e o potencial de colaboração econômica mútua com o ingresso de Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Porém, cabem críticas às discussões que o grupo tem levado a cabo, especialmente na cúpula de Joanesburgo. 

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Quando construtivas, críticas podem, pleonasticamente, ajudar a construir. Análises como a do professor Pedro Dallari, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, vêm em boa hora. Dallari as fez no programa Globalização e Cidadania, da Rádio USP, e depois conversou com este colunista.

Para Dallari, a ausência de Vladimir Putin em Joanesburgo, impedido pela ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional, é emblemática do calcanhar de Aquiles do Brics: a não-discussão dos direitos humanos. 

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Eis o professor Dallari: “Vários fatores contribuem para que a pauta dos direitos humanos esteja excluída dos debates na reunião dos Brics: a falta de interesse dos países participantes, inclusive o Brasil, em condenar a Rússia e Putin pelo terrível flagelo imposto à população ucraniana, o fato de que a China tem se pautado por ações sistemáticas de violação de direitos humanos e a ampliação dessa aliança política através da incorporação de países que também desrespeitam os direitos humanos de forma contumaz - como a Arábia Saudita”. 

De fato, em Joanesburgo enfatizou-se apenas o fortalecimento da parceria entre os membros para a aceleração do crescimento, o multilateralismo inclusivo e, de modo vago, o desenvolvimento sustentável. Nada de direitos humanos.

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“À medida que a universalidade dos direitos humanos é o fundamento da urgência no equacionamento das grandes crises da atualidade - como o aquecimento global, a ameaça nuclear, o surgimento de novas pandemias e os riscos decorrentes da inteligência artificial -, essa postura dos Brics parece completamente desvinculada do quadro de emergência global. E deve ser motivo de muita preocupação”, ressaltou Pedro Dallari.

É inquestionável a pertinência das observações do professor.

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