CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Micnéias Róberth Pereira avatar

Micnéias Róberth Pereira

Graduando em nutrição pela UFAL Membro da Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição Militante da Consulta Popular Integrou o Centro Acadêmico de Nutrição (CANUT)- UFAL Fundador do jornal “A voz da FANUT” órgão de imprensa do CANUT-UFAL

4 artigos

blog

A defesa de um Estado genocida: uma resposta a Mauro Nadvorny

O colunista polemiza com um artigo de Mauro Nadvorny que pede o "fim do PCO" e defende o Estado de Israel

Fumaça sobre a Cidade de Gaza durante ataque aéreo israelense (Foto: REUTERS/Ahmed Jadallah)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Saiu há pouco, neste mesmo site, um artigo de opinião de Mauro Nadvorny em que o mesmo defendia o fim do Partido da Causa Operária (PCO). É com imenso desprazer que abdico das tarefas diárias para responder a este texto, que para dizer o mínimo, é esdrúxulo.

Em primeiro lugar, ele inicia seu texto com o argumento da moda: a representatividade. Afirma, sem pestanejar, que o partido tem “zero representatividade”, deixando subentendido que a foice e o martelo não representam a classe operária, como um dia já o fizeram. Talvez devêssemos seguir seu conselho e substituir por um torno mecânico, ou quem sabe uma esteira de chão de fábrica, ou melhor, perguntá-lo qual símbolo que ele considera mais representativo da classe operária. De todo modo, este com certeza é um problema central na vida dos operários brasileiros.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Seguindo em sua argumentação ‘fortíssima’, nos fala que o fim do Estado de Israel não interessa a classe operária brasileira. Mais uma vez, o nosso oráculo das causas operárias bate o cajado no chão e abre o caminho para o que um partido verdadeiramente operário deveria ou não defender. Imagina ele, que o próprio Bolsonaro, com suas alianças com Benjamin Netanyahu, não tem nada a ver com a atual situação brasileira, que ambos não foram peças chave do imperialismo na manutenção da política neoliberal. Ou, indo à raiz da coisa, que o Estado de Israel não é ele mesmo uma base militar da OTAN para conter a revolta dos árabes.

Conclui, de maneira parcial, que “quando um partido se coloca pelo fim do Estado de Israel, estamos falando de um partido com uma retórica antissemita”. Se formos levar esse raciocínio até às últimas consequências, poderíamos afirmar que ser contra a caça às bruxas entre o século XV e XVII é ser contra o cristianismo original, ou até que ser contra a ideologia identitária de fracionamento dos interesses dos oprimidos é ser contra os oprimidos em si. Ou seja, é uma confusão entre o desejo de destruição de uma cultura e o combate a uma prática política antipopular, entre o antissemitismo e o antissionismo, entre os que defendem uma perseguição aos judeus e os que defendem o fim do Estado de Israel pelo apartheid levado à cabo por este.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em uma ‘sacada genial’, afirma que o fim dos EUA seria bom porque o proletariado comeria menos junk foods e refrigerantes, que o fim da Argentina facilitaria nosso caminho até a conquista da Copa América. Que raciocínio incrível, meus amigos! Será esse o interesse dos operários no fim dos EUA? Será que os operários brasileiros são pelo fim da Argentina? Para estas perguntas, deixo os próprios operários e o maior líder operário da história responderem: visitem o chão de fábrica e leiam Lênin.
E aí está a chave. Não é um texto de polêmica séria, debatendo a posição e apontando as divergências e os rumos, é um texto de agitação barata, uma defesa mascarada do Estado de Israel e suas práticas, escorada na candidatura de Lula. Não passa de uma ferramenta trajada de esquerdista, com bravatas contra o preconceito, a favor da representatividade e “dos judeus”. Talvez o nosso amigo Mauro possa nos ensinar mais sobre os conflitos políticos da região da palestina em seus textos e nos apontar o rumo “reconhecendo o povo palestino e seu direito a um Estado”.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO