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Alberto Cantalice

Diretor da Fundação Perseu Abramo e membro da Direção do PT

57 artigos

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A derrota da regressão reacionária salvará o Brasil do fascismo

O mundo democrático já percebeu. Resta à maioria do povo brasileiro devolver os reacionários ao limbo. Falta pouco!

Jair Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters/Adriano Machado)
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Desde a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, os setores conservadores em conluio com as forças militares assumem as rédeas da nação. Implementada por um golpe militar sem apoio popular-imposto quase totalmente por exigência do latifúndio escravista. Após breve interregno dos governos dos marechais Deodoro/Floriano, o poder passa pela política do café com leite: a alternância da presidência entre os cafeicultores paulistas e os produtores de leite da Minas Gerais.

O ciclo foi interrompido pela “revolução” de 1930 liderada por Getúlio Vargas e pelos tenentes provenientes da revolta dos 18 do Forte e da coluna invicta liderada por Prestes. Este aliás convidado por Vargas para assumir a chefia militar da “revolução” se nega ao argumento “de que a situação de miséria em que vive o povo brasileiro não se resolveria com a mera substituição de um homem no poder”.

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A negativa de Prestes foi a motivação que faltava para que a imensa maioria dos membros da coluna aderissem ao varguismo e dessem o apoio necessário vitória da revolta, para que Getúlio instaurasse com o apoio das forças armadas o “estado novo” que durou até 1945 e que terminou com a deposição do presidente que já dava sinais de encampar pautas mais progressistas. Não à toa Prestes recém-saído do cárcere liderou junto com outras forças políticas o chamado queremismo. A convocação da Assembleia Nacional Constituinte sob a liderança de Vargas. Não deu certo!

A construção do “estado novo” não contemplou mudanças na estrutura fundiária brasileira. Haja visto a rebelião de São Paulo em 1932, na “revolução constitucionalista”, cujo apoio dos fazendeiros de outras localidades e seu sólido vínculo com a maioria das forças armadas foram decisivas para o “cerco” imposto aos paulistas.

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A disputa central em 1945 se deu com o protagonismo de dois militares: Eurico Dutra do exército, pelo antigo PSD com o apoio da maioria do latifúndio e Eduardo Gomes, da aeronáutica da velha UDN, com forte apoio na incipiente classe média e em parte das oligarquias anti-getulistas. A resolução da disputa pró Dutra se deu com a adesão na undécima de hora de Vargas que em carta ao povo brasileiro declara apoio ao general.

A volta de Getúlio Vargas, nos braços do povo em 1950- com uma pauta nacionalista cujo centro estava a criação da Petrobras e da Eletrobras em desagrado dos setores entreguistas da sociedade brasileira- cuja subordinação aos ditames de Washington remontava à participação dos militares brasileiros da Força Expedicionária Brasileira compondo os exércitos aliados dando início a uma espécie de reconhecimento intelectual e moral do exército brasileiro ao exército norte americano. Assim como o alinhamento de Dutra à liderança dos EUA na “guerra fria” com o rompimento das relações diplomáticas com a extinta União Soviética.

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Suicídio de Vargas interrompe o que alguns historiadores denominam, o golpe da FEB.

O cerco ao progressismo brasileiro se intensifica com a volta de Getúlio; as tentativas de bloqueio ao governo Juscelino; a imposição do parlamentarismo no período Jango e o malfadado golpe militar e 1964 que impede o que seria a nossa revolução democrático-burguesia, que nos colocaria em sintonia com o mundo e inevitavelmente nos levaria a uma situação de romper com o atraso secular transformando o Brasil em uma potência de primeiro mundo.

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O golpe deixou marcas profundas na sociedade brasileira. Até os dias atuais a “ameaça militar” paira tal “Espada Dâmocles” sobre a democracia brasileira. Foi assim na nova república e na Constituição de 1988, onde a forte pressão dos militares conseguiu manter uma espécie de “entulho autoritário”, cujo filhote que sobrevive é o indefectível artigo 142 da Constituição Federal que dependendo da interpretação de ocasião dá aos militares erradamente a prerrogativa de “poder moderador” no Brasil. O que é mentira!

De volta definitivamente aos quartéis nos governos Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, tendo suas opiniões públicas veiculadas por velhos reacionários de pijama sem destaque nos veículos de comunicação, a tutela militar hiberna.

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Ressurge na crise iniciada em 2014 cujo a marca é o famoso tuíte do general Villas Boas pressionando o STF e dando ao parlamento a garantia que as forças armadas garantiriam as decisões proferidas pelas instituições. Estava dada a senha para o golpe que derrubou a Dilma e criminalizou o Lula.

Nesse sentido, já vinha sendo gestada pelos militares o apoio ao capitão Jair Bolsonaro. Tendo inclusive já em 2014 o “mito” frequentado formaturas da Aman ao arrepio da lei: é proibido manifestações políticas nas unidades militares.

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Na brecha causada pela razia provocada pela lava jato os militares perfilaram sob a “liderança de Bolsonaro e navegando no clima de radicalização das disputas, na omissão da mídia e no apoio do grande empresário venceram as eleições.

Desde sempre, os militares encarnaram o reacionarismo na sociedade brasileira. O incômodo de ausência tão larga nos espaços do poder serviu de amálgama para a junção do que hoje se intitula bolsonarismo: militares reacionários, fundamentalistas religiosos, milicianos e empresários inescrupulosos.

Avessos aos progressos da ciência; saudosos da ditadura; cultuadores do negacionismo e com uma clivagem no preconceito contra os pobres é esse ajuntamento de caráter autoritário que os democratas têm que derrotar.

O mundo democrático já percebeu. Falta a maioria do povo brasileiro devolvê-los ao limbo.

Falta pouco!

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