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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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A desmoralização de Jair Bolsonaro entre seus seguidores

"Bolsonaro mostrou-se um incompetente como chefe político e um completo covarde como homem", escreve Mario Vitor Santos

Jair Bolsonaro e bloqueios de rodovias (Foto: ABr)
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Por Mário Vitor Santos 

Há quatro anos, por esta mesma época, o país ainda tentava assimilar o impacto da eleição de Jair Bolsonaro, um parlamentar e  ex-capitão de extrema-direita, herdeiro político extremo do que houve de mais hediondo nos tempos da ditadura militar de 64.

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Vai ser necessário algum tempo para que sejam sentidas as consequências da debacle ocorrida no domingo passado. Seus efeitos ainda estão se disseminando e devem evoluir para uma desmoralização irrecuperável. Alguns efeitos são demorados, outros rápidos demais. Partidos já transitam, veículos de mídia também.

Muitas vezes é na derrota que o perdedor se revela e decepciona seus seguidores.  Bolsonaro não está se demonstrando fiel à sua palavra. Fez seguidos chamamentos ao golpe. Disse que as urnas eram fraudadas e não aceitaria o resultado. Seus adeptos mais sinceros seguiram o figurino, cheios de fervor. De joelhos imploraram por golpe e ditadura militar diante dos quartéis, braços esticados na saudação nazista. Passaram dias expostos às intempéries tumultuando a vida do país em bloqueios insanos. 

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Enquanto isso, Bolsonaro se tranca às escuras no Palácio da Alvorada. Fecha-se por três dias sem dizer sim nem não e quando fala é ambíguo e tíbio. O machão falastrão de arminha na mão agora diz que está triste e pede desculpas ao seu gado. Não há golpe algum, não vai haver virada de mesa nem ditadura. Deram com os burros nágua. É da vida. Não dá pra vencer todas. O que não dá para ignorar é o fato de o sujeito insuflar por meses uma rebelião e, quando ela se materializa, o Mito nem dá as caras. 

Derrotado e desacreditado, Bolsonaro é agora evitado por chefes militares que até há pouco participavam da farsa. O mesmo tratamento lhe é dado pelos caciques políticos da Câmara e do Senado, já negociando espaços no novo governo. Bolsonaro tenta manter o movimento que criou.Só saberemos quando a derrota decantar. Bolsonaro não visitou um doente ou família na pandemia. Agora, o machão imolou os revoltosos que acreditaram nele, e que esperaram uma sublevação dos militares.

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Uma insurreição que ele sempre promoveu, em meio a anos de acessos de ódio e insanidade. Revelado agora o maior de todos os seus blefes, o militar, "durão" como os torturadores de 1964 que defende, mostrou-se um incompetente como chefe político e um completo covarde como homem. Não terá papel relevante no futuro.

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