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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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A esquerda morreu! Viva a esquerda!

"O governo do Lula é um governo anti-neoliberal. De onde vem então artigos na internet de que 'a esquerda morreu'?", questiona Emir Sader

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Uma análise que não consegue captar onde está a esquerda, onde está a direita, não está em condições de compreender o Brasil.

Afinal de contas, qual é a linha divisória, para entender onde estão a esquerda e a direita. Qual o critério para a definição dos dois campos?

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O período histórico atual está marcado pela adoção, pelo capitalismo, do modelo neoliberal. A direita assumiu seu modelo atual, é uma força neoliberal, que centra sua ação contra o Estado, pela desregulação econômica, pelo livre comércio. Ser de direita hoje é assumir o neoliberalismo.

Nesse sentido, onde está a direita, onde está a esquerda? Uma força, um governo de direita, é uma força e um governo neoliberal. Uma força e um governo de esquerda, por sua vez, são força e governo antineoliberal.

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Absurdos de quem faz demagogia na mídia, chega a questionar se o governo brasileiro atual é de esquerda. Ou, se a esquerda teria morrido, o governo do Lula e o PT, deixariam de ser de esquerda.

Fosse assim, não conseguiriam distinguir os governos do PT e os governos do PSDB e, agora, os governos de extrema direita, do Bolsonaro. Perderam a capacidade de diferenciar direita e esquerda.

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Os governos neoliberais se caracterizam pela privatização generalizada de empresas. Se opõem frontalmente ao Estado, chegam a defini-lo como seu inimigo central. Promovem os Tratados de Livre Comércio com os Estados Unidos.

Para quem perdeu a perspectiva, os governos e as forças antineoliberais priorizam as políticas sociais, promovem o fortalecimento do Estado e os processos de integração, tanto regionais, quanto Sul-Sul.

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Em suma, o enfrentamento entre o neoliberalismo e o anti-neoliberalismo caracteriza o nosso período político. Há detalhes, aspectos parciais, mas nada altera esse enfrentamento central.

O governo do Lula é um governo anti-neoliberal. Com a dificuldade de que foi eleito sem maioria no Congresso e herdando um presidente do Banco Central neoliberal, nomeado pelo Bolsonaro.

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Isso faz com que o terceiro mandato do Lula seja distinto dos outros. As alianças são indispensáveis para poder conviver com um Congresso onde não tem maioria. Tem que conviver, pelo menos em metade do seu mandato, com taxas de juros extremamente altas. 

Mas nada que descaracterize seu mandato, que é frontalmente anti-neoliberal, de esquerda. Quem perde essa perspectiva, perde a capacidade de compreensão do Brasil contemporâneo. 

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Nem a direita acha que a esquerda morreu. Ao contrário. Acusam a esquerda de ter se apropriado do Brasil e de querer sempre mais.

De onde vem então artigos na internet de que “a esquerda morreu”? Tipo de tema que não me interessa, porque não me ajuda em nada, nem a compreender o Brasil hoje, nem a compreender a própria esquerda.

Quem preside o Brasil hoje, com as alianças indispensáveis por não ter tido maioria? Onde está a esquerda? E a direita?

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