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Leonardo Lucena

Jornalista do Brasil 247

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A esquerda precisa de uma luz

Esquerdistas que não votam em Lula no primeiro turno precisam de um pacto e explicitar como reindustrializar o Brasil, "cachorro de madame" dos banqueiros, para dar o mínimo de clareza nas propostas. A história talvez seja a maior glória da esquerda, mas o passado já não é o suficiente para a materialização das propostas de quem integra este campo ideológico

Esquerdistas que não votam em Lula no primeiro turno precisam de um pacto e explicitar como reindustrializar o Brasil, "cachorro de madame" dos banqueiros, para dar o mínimo de clareza nas propostas. A história talvez seja a maior glória da esquerda, mas o passado já não é o suficiente para a materialização das propostas de quem integra este campo ideológico (Foto: Leonardo Lucena)
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Com o patrimonialismo cada vez mais explícito no sistema brasileiro, economia quebrada e a política social extremamente antipovo do governo Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surge como a principal alternativa para reverter este quadro caótico, segundo pesquisas eleitorais, que apontam o petista na liderança. Lula propõe o barateamento do crédito para estimular a produção e o consumo, mas fará à custa do aumento da dívida com os bancos.

Não se pode tirar o mérito do ex-presidente de ter aproveitado no seu governo o cenário global econômico favorável ao Brasil para fazer o PIB crescer e aumentar o número de beneficiários de programas sociais. Mas é total ingenuidade achar que o País virou credor do Fundo Monetário Internacional. O que houve, na verdade, foi uma "troca" da dívida com o FMI pela dívida com os bancos, muito mais prejudicial à economia brasileira por causa da taxa de juros bem maior cobrada pelas instituições bancárias.

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É compreensível a proposta de Lula, a curto prazo (e quem está desempregado pensa a curto prazo para garantir a barriga cheia), mas a necessidade não é de personalismo, e sim de um projeto nacional de desenvolvimento que diminua a dependência de instituições transnacionais.

Em comparação com o governo Michel Temer, o Brasil, no governo do PT, não foi como um brinquedinho vendido em uma loja tipo "Só 2". Agora, se ao voltar à presidência da República, Lula não tentar colocar em prática reformas estruturais, fará de sua gestão um mero paliativo para dar a entender que um eventual crescimento econômico foi sustentável.

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Uma política nacional de desenvolvimento é um dos principais pontos que partidos esquerdistas precisam focar e deixar claro por que e como farão diferente do governo Lula. Mas está difícil de enxergar materialidade em alguma proposta na esquerda.

A sociedade merece esclarecimentos sobre como crescer economicamente de forma sustentável, em um cenário no qual banqueiro é o "corrupto invisível", e só é invisível porque não é eleito pelo povo, e pelo baixo grau de instrução da boa parte da sociedade brasileira.

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Apenas os altos spreads bancários (diferença entre as taxas de juros que os bancos pagam para conseguir dinheiro e as que eles cobram para conceder empréstimo) explicam este abuso de poder que uma auditoria seria capaz de "pôr as cartas na mesa".

Nos anos 70, instituições bancárias que formavam o Conselho Executivo do Banco Central dos EUA e expandiam negócios para a América Latina aprovaram o aumento da taxa de juros e, como consequência, o Brasil ficou mais endividado.

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Na década seguinte, o Banco Central brasileiro, submisso ao mercado financeiro internacional, assumiu a dívida pública que não era dele, uma condicionante do FMI para que o País pudesse receber empréstimos.

Também vale ressaltar que o conceito de dívida pública interna merece ponderações, porque se vende títulos da dívida brasileira para bancos estrangeiros.

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Em um sistema capitalista financeiro-globalizado, encontrar uma saída para um projeto nacional de desenvolvimento e de forma sustentável não é uma tarefa das mais simples e, evidentemente, não gera efeito a curto prazo.

A esquerda, no entanto, precisa de um pacto e explicitar como reindustrializar o Brasil, "cachorro de madame" dos banqueiros, para dar o mínimo de clareza nas propostas. Caso contrário, a história continuará sendo a sua maior glória. Processo histórico não deve ser ignorado de forma alguma, claro. Afinal de contas, usando uma expressão até clichê, presente é consequência do passado. Mas uma hora o passado não será mais o suficiente, e já não está sendo, para os esquerdistas que não apoiam Lula no primeiro turno materializarem suas propostas, e mostrarem como fariam diferente do governo dele num País submisso aos bancos.

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