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Túlio Ribeiro

Economista, pós-graduado em História Contemporânea, mestre em História social e doutorando em Desenvolvimento Estratégico pela UBV de Caracas. Autor do livro A Política de Estado sobre os recursos do petróleo, o caso venezuelano (2016). Autor participante do livro A Integração da América latina: A História, Economia e Direito (2013)

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A esquerda que deve governar a Colômbia e o México

No México, Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da capital é um crítico da abertura petroleira e defensor de programas sociais. Na Colômbia, o ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro Urrego adotou políticas progressistas de Petro como a secretaria da mulher, centro de cidadania LGBT, unidades móveis de saúde e um transporte integrado e subsidiado

No México, Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da capital é um crítico da abertura petroleira e defensor de programas sociais. Na Colômbia, o ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro Urrego adotou políticas progressistas de Petro como a secretaria da mulher, centro de cidadania LGBT, unidades móveis de saúde e um transporte integrado e subsidiado (Foto: Túlio Ribeiro)
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A geopolítica internacional conciliou os interesses dos Estados Unidos em dois países estratégicos para manter a hegemonia na América Latina: México e Colômbia. Sua relação de fronteira e petróleo com a nação centro-americana, bem como a questão das drogas exportadas por estas duas nações para o mercado do norte, gerou um problema econômico que trouxe a necessidade de consolidar governos favoráveis aos planos estadunidenses.

Há uma grande contradição nesta aliança. Mesmo com os investimentos iniciais empreendidos na exploração do petróleo , controle dos limites geográficos com aporte financeiro contra narcotráfico, os resultados não significaram resultados efetivos para população latina. Conclusivamente, as petroleiras extraíram o crudo e não iniciaram na prática novas pesquisas que compensasse a queda das reservas. No contexto do embate das drogas, geraram formação de grupos paramilitares que não significaram segurança aos mexicanos e colombianos.

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Na esteira de servir os interesses do norte, os governos Enrique Peña Neto (PRI) e Juan Manuel Santos (Partido Social da Unidade Nacional), de maneira controversa aos objetivos neoliberais , abriram espaço efetivo para uma vitória da esquerda. Percebe-se portanto que o projeto de aliado estadunidense não aclarou ganhos efetivos a maioria da população.

No México este sentimento foi capitaneado por Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da capital e candidato do Movimento Regeneração Nacional(MORENA). Derrotado duas vezes , em 2006 por Felipe Calderon por meio de fraude eleitoral e em 2012 pelo atual presidente Peña Neto, Obrador é um crítico da abertura petroleira e defensor de programas sociais inclusivos. Ex-negociador do NAFTA e consciente do grau de integração atual da economia mexicana com a estadunidense, advoga a manutenção do acordo refutando começar tudo de novo, mas é defensor de uma modernização que aperfeiçoie a partilha :

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"Vai haver uma relação de amizade com o governo dos Estados Unidos, e de respeito mútuo; Temos de colocar um modelo de cooperação para o desenvolvimento. vamos convencer-los que os problemas não se resolvem com um muro ou uso da força, necessitamos de acordos que impulsionem atividades produtivas no México, que gere emprego, para que dessa maneira se possa frear o fluxo migratório e de insegurança"

O economista e historiador formado em Harvard, possui de 8 a 12 pontos na frente do liberal Ricardo Anaya (PAN) e 13 a 17 do candidato governista, José Antonio Meade(PRI), que segundo o Diário El Financiero o encaminha para uma vitória em julho.

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Na terra de Francisco Santander é de difícil aferição o que é receita do Estado colombiano ou de aporte estadunidense. O país vive a âncora dos recursos para o combate ao narcotráfico, que levou o líder dos paramilitares Alvaro Uribe a presidência (2002-2006 e 2006-2010) e posteriormente seu ex-ministro Juan manuel Santos (2010-2014 e 20014-2018).

A realidade que se apresenta é a rentabilidade dos grupos paramilitares que vendem a ideia de segurança, recebendo incentivos de um lado e multiplicando ganhos ao expulsar os camponeses de suas terras, assumindo seu cultivo,patrimônio e as eventuais rotas do tráfico.

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Neste contexto, o ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro Urrego que teve o início de sua militância na organização guerrilheira M-19, desponta como favorito para eleições de maio. Eleito senador em 2006, foi opositor intransigente do governo Uribe, quem acusou de pronto ser um líder paramilitar. O economista possui, segundo Caracol/Blu Radio, 23,4% , portanto a frente do afilhado de político de Uribe, Sergio Fajardo (Partido Compromisso cidadão) com 21,6% e o vice-presidente Germán Vargas Lleras com 14,8%.

As políticas progressistas de Petro como a secretaria da mulher, centro de cidadania LGBT, unidades móveis de saúde e um transporte integrado e subsidiado, custou uma forte perseguição política como o processo revogatório de sua administração, sem esquecer a tentativa de assassina-lo em 2007 por militares. A direita colombiana continua matando, foram 105 assassinatos de líderes de movimentos sociais em 2017 e quase duas dezenas em 2018.

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As forças reacionárias , seja no México ou na Colômbia, ainda se remete a violência para solapar o campo progressista. No último dia três foi assassinado o candidato a prefeitura de Zihuatanejo, e coordenador de organizações da sociedade civil da campanha de Obrador, Bravo Pino. Na Colômbia o comboio do candidato Gustavo Petro em campanha na cidade de Cúcuta, região de divisa com a Venezuela, sofreu um atentado com tiros .

A esquerda que emerge é uma opção de poder diante inoperância de administrações neoliberais de alinhamento automático aos EUA, se fortificam por projetos do oficialismo que não responderam as demandas da população. Vencendo o pleito, ainda devem buscar uma estratégia de desenvolvimento frente a uma economia globalizada e de dependência do norte. É a luta recorrente contra um Estado mínimo para os trabalhadores e máxima para os endinheirados, que se apropriam das instituições públicas de forma privada. Nunca foi fácil, mas a vitória no México e Colômbia vai se tornando eminente.

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