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Paulo Pimenta

Deputado federal pelo PT-RS

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A estratégia da interdição de Lula

"O estado policial conduzido pelos sicilianos, com a prestimosa colaboração dos monopólios de comunicação e de parcela do judiciário, encarcerou Lula e garantiu a fraude eleitoral de 2018 que resultou na vitória de Bolsonaro", diz o líder do PT na Câmara. Para ele, a divulgação das mensagens da Vaza Jato pelo "The Intercept", que revelou o conluio da Lava Jato, "ergueu diante de nós o espelho dos dias que vive o Brasil: estamos diante da violação da Constituição e do desarranjo das instituições"

Entrevista com o ex-presidente Lula, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
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Passados mais de 90 dias desde que foram reveladas pelo “The Intercept” as primeiras gravações das mensagens entre os procuradores – “os filhos de Januário” – e o ex-juiz Sérgio Moro – “o russo” – nenhum órgão de correição, nem no âmbito do Ministério Público, nem no âmbito do próprio judiciário se sentiu na obrigação de oferecer explicação alguma para a sociedade ou tomar qualquer providência em relação aos colhidos no flagrante. O que revela que uns e outros exercem suas atribuições sem ter a sociedade que os remunera regiamente como referência.

As revelações do “The Intercept” que desmoralizaram a Operação Lava-Jato, em âmbito nacional e internacional não obtiveram resposta porque são irrespondíveis. Fracassou a tentativa de escapar da denúncia, interpondo o hacker de Araraquara no meio caminho, para desviar a atenção da opinião pública.

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Diante do volume e do caráter avassalador das revelações, a cada semana se aprofunda mais o desgaste dos responsáveis pela Operação, tanto quanto acumulam em credibilidade para o “The Intercept”.

Um site associado a alguns órgãos de imprensa convencional puseram a nu o modus operandi dos sicilianos Moro/Dallagnol associados num conluio a partir do aparelho do Estado para interferir de maneira criminosa no processo político do país. Violaram a Constituição de 1988 para derrubar uma Presidente da República legitimamente eleita, levar à prisão a maior liderança popular do país para impedi-la de disputar as eleições de 2018 e por fim eleger, num processo fraudado, a expressão consumada da ignorância e da barbárie, que hoje agride a democracia para conduzir um governo de liquidação nacional.

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À medida em que se distancia no tempo, o 9 de junho de 2019, data em que o “The Intercept” lançou a pedra que faria ruir diante dos olhos do Brasil e do mundo a mais reluzente edificação que a hipocrisia das elites brasileiras engendraram – a Operação Lava-Jato – adquire a dimensão de um fato histórico duradouro.

Até que sejam tomadas medidas claras contra o crime organizado, flagrado em ação a partir do aparelho do Estado, as instituições brasileiras perderam legitimidade. Os sicilianos Moro/Dallagnol, à frente, fizeram delas uma piada de mau gosto. Com pesadíssimas consequências para a vida dos cidadãos e cidadãs e do país.

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As revelações publicadas pelo “The Intercept” vêm confirmando reiteradamente as teses defendidas pela defesa de Lula nos tribunais superiores, onde foram sistematicamente rejeitadas e na ONU de que ele não teria, no Brasil, um julgamento imparcial. A esta altura nas entrevistas, declarações de personalidades, já ninguém se ocupa de coloca-las em dúvida. São três meses de denúncias contundentes que expõem à luz do dia o caráter golpista do impedimento de Dilma Rousseff, admitido publicamente, há poucos dias, por dois dos seus personagens: Janaína Pascoal e o beneficiário direto, o habitante da coxia Michel Temer.

O estado policial conduzido pelos sicilianos, com a prestimosa colaboração dos monopólios de comunicação e de parcela do judiciário, encarcerou Lula e garantiu a fraude eleitoral de 2018 que resultou na vitória de Bolsonaro. Ou seja, o “The Intercept” presta um serviço. Ergueu diante de nós o espelho dos dias que vive o Brasil: estamos diante da violação da Constituição e do desarranjo das instituições. Vamos virar o rosto?

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Vai se desenvolvendo sob nossos olhos nos últimos dias uma estratégia da direita – participante ativa do golpe de 2016 – para oferecer à sociedade, como alternativa ao caos Bolsonaro que ela própria engendrou, o prato envenenado do retorno à “democracia sem os extremos...”: libertar Lula aparentemente vai se tornando inevitável porque é contraproducente mantê-lo prisioneiro. Mas, trabalhar com cautela para interditar qualquer aspiração sua de retorno à cena política do país.

Essa estratégia enquadra os movimentos calçados na compreensão de que “Bolsonaro não serve, já a sua agenda...” ancoradas no noticiário, nas declarações, entrevistas com personalidades e editoriais da Folha, O Globo, Estadão, Veja... ou na perspectiva adotada por iniciativas como o movimento “Direitos Já”. A pergunta é: que tipo de democracia desejam esses segmentos que excluem de sua pauta a exigência da libertação do principal preso político do país? Mantido preso mesmo diante da inexistência de provas concretas contra ele; de uma condenação “por fatos indeterminados”, no melhor figurino fascista; da completa desmoralização da operação política conduzida pelos sicilianos e agora com as vísceras expostas pelo “The Intercept”?

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Os setores populares e os segmentos comprometidos com a democracia não podem tergiversar sobre a anulação da sentença condenatória proferida por Moro e TRF 4, a imediata liberdade de Lula e a restauração plena dos seus direitos políticos e um pedido de desculpas. Para que? Para abrir ao Brasil uma oportunidade de se reencontrar com a democracia e retomar o curso do seu desenvolvimento com soberania e inclusão social, interrompido com o golpe de 2016.

Pela anulação da sentença, pela liberdade imediata de Lula, e pela devolução plena dos seus direitos políticos. Esses são os sobrenomes da Democracia no Brasil de hoje.

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