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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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A faixa presidencial deve ser passada por Dilma

Essa ideia surgiu num grupo virtual, encampada por mim e muito outros, e com este artigo inauguramos uma campanha

Lula é eleito presidente do Brasil pela terceira vez (Foto: Ricardo Stuckert)
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A faixa é um símbolo histórico e de poder. Nada mais que um símbolo e a sua história desde 1910.

“Se essa for a vontade de Deus, eu continuo [na Presidência]. Se não for, a gente passa aí a faixa, e vou me recolher. Porque, com a minha idade, eu não tenho mais nada a fazer aqui na Terra se acabar essa minha passagem pela política aqui em 31 de dezembro do corrente ano”, disse Bolsonaro numa entrevista em 12 de setembro.

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Bolsonaro não tem palavra, portanto, não se pode confiar se vai ou não passar a faixa.

Para o Brasil e também para a sua imagem no exterior seria um marcante e alvissareiro gesto, porém, se assim não for, pode ser uma oportunidade para resgatarmos e corrigirmos simbolicamente a história, com um viés de justiça.

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Foi noticiado na mídia, que o vice-presidente e senador eleito, gal. Hamilton Mourão, teria se colocado a disposição para passar a faixa. Como se não fosse cúmplice de todo o fascismo do governo que se finda, cuja diferença com o titular do cargo era a linguagem e postura menos tosca, demonstra como esse oferecimento ser um oportunista desleal e continua perigoso golpista. 

Acho um desprestígio ao Lula e também uma ilegitimidade, visto que o Mourão não recebeu a faixa presidencial.

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Seria uma dupla grosseria, com repercussões negativas e ainda empanaria a posse pela caricata solução.  

Nesta altura já estou torcendo para o futuro presidiário se negar a passar a faixa, porque daria a oportunidade dessa liturgia ser transferida por quem recebeu do povo o mandato presidencial e foi impedida de mantê-lo por um golpe dos mais rudes, arquitetado e concretizado com o “Supremo, com tudo", como expôs o ex-senador Romero Jucá.    

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Ocorre que, segundo os bastidores, o Bolsonaro pode seguir os mesmos passos da Zambelli, e neste caso o Mourão estaria como presidente e passaria a faixa.

E o que fará a Justiça? Vai esperar sentada a fuga de um covarde? E quanto aos filhos, sem a proteção do papai zero à esquerda, respeitando as lei ou aprontarão até a prisão? 

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Dilma é a ex-presidenta do Brasil, cujo golpe sofrido, mudou o rumo da história do país, inaugurando uma sucessão escandalosa de golpismos, que estamos começando a encerrar com a vitória do Lula, numa frente das mais amplas da biografia política do país. 

O atual presidente genocida é produto do golpe que foi a prisão do Lula. Portanto, tanto Dilma sofreu um impeachment ilegal como Lula sofreu uma prisão ilegal. Sem essas arbitrariedades não teria existido o governo Temer e o do Bolsonaro. 

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A história ensina que quando a impunidade perpetua, as sementes do autoritarismo continuam a germinar.

Quase 50 anos depois do golpe de 64 o mandato de João Goulart, Jango, já falecido, foi devolvido pelo Congresso, em 18/12/2013.

"A devolução do mandato presidencial de Jango, é uma decisão simbólica, porém, histórica. A devolução simbólica do mandato de Jango revela a força da nossa democracia e o compromisso do Estado brasileiro com a verdade e a memória", disse Dilma em seu Twitter no dia 11/12/2013, data inicial da cerimônia, que fora adiada para o dia 18, porque a família do Jango ficou impossibilitada de chegar a Brasília devido a fortíssima chuva que se abateu sobre o Rio de Janeiro, de onde a família embarcaria.

Com ou sem o presidente atual na cerimônia de posse, a faixa tem que passar pelas mãos da ex-presidenta Dilma Rousseff, pois será também uma simbólica correção histórica e de legitimidade política.

Dilma, com quem militei quando ela era Vanda e eu Túlio, sofreu provocações e agitações para dificultar a sua ascensão à presidência da República desde a sua vitória nas urnas, quando o derrotado fez de tudo para não reconhecer a vitória dela e jurou tornar o seu governo um inferno e vaticinou: "Ao final do seu governo, que eu não sei quando ocorrerá, talvez mais breve do que alguns imaginam, ...” E teve a oposição sistemática do presidente da Câmara, o  famigerado Eduardo Cunha, preparador do golpe, que viria também pela traição mais ignóbil do seu próprio vice,  Michael Temer.

Após criar a Comissão Nacional da Verdade, Dilma passou a ser alvo, mais uma vez, das Forças Armadas, que estiveram presentes no golpe de 64, de 2016, na prisão do Lula e na ascensão do genocida-canibal-pedófilo.

Durante um tempo não distante, pragmáticos sem princípios, queriam esconder a Dilma da campanha eleitoral, mas não se esconde quem a história bendiz por sua coerência e coragem. 

Sabemos todos que o Estado brasileiro lhe deve mais que uma representação no exterior, todavia, por ora, passar a faixa já será um ato de amplo e profundo significado de redenção. 

Essa ideia surgiu num grupo virtual, encampada por mim e muito outros, e com este artigo inauguramos uma campanha.

Ousar lutar, ousar vencer.

Francisco Celso Calmon

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