A força da fragilidade
É fraco como um graveto, na quadra dos seus 70 anos. Mas que força!

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A força de um indivíduo – ou de um país – se valoriza por meio de imagens positivas, nas quais fisionomias rosadas e vitoriosas, mesmo sem nada dizer, expressam uma atitude de confiança. Não são os fracos que nos representam, pensamos normalmente para nos tranquilizar. Na guerra ou na paz, a força deve se apresentar sem contestações, com nitidez, capaz de neutralizar, quando necessário, as demandas das tragédias. No instante político em que vivemos, depois do bolsonarismo, que nos queria imbatíveis mesmo de mentira, como aconteceu na epidemia de Covid, não é fácil inverter a conveniência dos dados ideológicos e provar que, ao contrário, necessitamos da verdade, ainda que desvalidos, esquálidos, esfarrapados. No quadro social da fome, como nos apresentar bem sucedidos, sem, por outro lado, programas de socorro a distribuir mantimentos e recursos entre os mais fracos?
Estes são fatos que desconcertam. É preciso que figuremos numa boa posição no cenário internacional. Trabalhar nesse sentido deve representar uma prioridade do governo. Então, convém agir nos dois polos, no da realização e no dos fracassos herdados de outros tempos. E não há dúvida: os fatos nos ajudam. Na CPMI, a figura do cabo Marcela surgiu diante das câmeras para mostrar que é possível. Uma pessoa frágil, nada de supermulher, enfrentou a massa endoidecida do 8 de janeiro, para impedir que avançassem e exagerassem na medida de seu grande número. Derrubada, no chão, depois de cair de 3 metros, reergueu-se, juntou-se aos companheiros de tropa. Retornou à luta até às sete da manhã do dia seguinte. Foi festejada pela maioria das pessoas na reunião. No quebra-pau, os vândalos traziam a certeza de que possuíam força e maioria para enfrentar e derrubar o regime. Que se danassem as ponderações em favor da democracia e do sistema eleitoral. Desejavam a República para eles ao arrepio da Lei, sentando-se nas cadeiras dos membros mais importantes da administração, nem que fosse por um minuto, para tirar fotografias. É a razão pela qual deixaram rastros por onde andaram. Detidos na Papuda, não foi difícil pegá-los, um por um, e processá-los. Serão condenados com abundância de provas. Haviam se colocado do lado errado da História e representavam o atraso, a arbitrariedade, os clichês de um poder que a maioria pretendia abolir, como se verificou no resultado das eleições. Como diria Gerson, o esperto comentaria de futebol, “quem reclama, já perdeu”. O STF sabe o que faz. Atribuirá penas pesadas para cada um dos infratores, os que circularam por sua sede e depredaram, cuspiram e, por que não se livram da arrogância, como se vê através de seus advogados, ainda se acham melhores do que nós. Por habilidade política, o atual governo vai ganhando apoio da população e (o que parecia impossível) votos no Congresso. Aquele que na campanha Bolsonaro chamava de “presidiário”, porque cumprira pena injustamente, não desconhece a dureza de certas injunções da vida e se coloca solidário a elas. Nenhum outro quadro da política o supera em termos de fraternidade aos desfavorecidos aqui e onde estiverem. É fraco como um graveto, na quadra dos seus 70 anos. Mas que força!... Que grandeza no trato das feridas do Estado. O Destino nos favorece.
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