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Felipe Coutinho

Presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET)

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A força da Petrobras

Da política de preços de Pedro Parente vieram os preços altos que culminaram com a greve dos caminhoneiros. A estatal adotou preços mais altos que os internacionais, apesar de produzir e refinar seu petróleo no Brasil. Preços altos, em especial do diesel, viabilizaram a lucratividade da cadeia de importação, que ocupou até 30% do mercado da Petrobras. O resultado foi o encalhe do diesel brasileiro, o que limitou a produção das refinarias com ociosidade de até 30%

A força da Petrobras (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
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O Brasil tem, graças à Petrobras, forte indústria petrolífera. Embora nova, 63 anos, em indústria de 180, a empresa está entre as dez maiores do mundo. O país tem produção superavitária e reservas crescentes. É líder mundial em águas profundas.

Das cinco maiores petroleiras, quatro são estatais; entre as 20, são 13. A intervenção do Estado tende a crescer, imposta pelo valor estratégico do petróleo. A competência da Petrobras é reconhecida por concorrentes e sucessivos prêmios, concedidos por organizações de prestígio como a Offshore Technology Conference (OTC).

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Exportar cru e importar derivados não é boa política para o Brasil. Nenhum país se desenvolveu exportando matérias-primas para multinacionais estrangeiras. É preciso agregar valor ao petróleo e distribuir nacionalmente a renda petroleira.

Da política de preços de Pedro Parente vieram os preços altos que culminaram com a greve dos caminhoneiros.

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A estatal adotou preços mais altos que os internacionais, apesar de produzir e refinar seu petróleo no Brasil. Preços altos, em especial do diesel, viabilizaram a lucratividade da cadeia de importação, que ocupou até 30% do mercado da Petrobras. O resultado foi o encalhe do diesel brasileiro, o que limitou a produção das refinarias com ociosidade de até 30%.

Da política de preços resulta a exportação de petróleo cru, enquanto se importam derivados, e o parque de refino fica ocioso. Perdem os brasileiros, que pagam mais caro; a Petrobras, com redução do seu mercado. Ganham os refinadores dos EUA, os traders estrangeiros e distribuidores concorrentes. Temos capacidade de produzir e abastecer o mercado, mas a política de preços pode impedir.

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Erros do passado não justificam os atuais. Errou Parente, erra Monteiro, ao abandonar investimentos no refino. Equívoco, ainda maior, é a venda de refinarias. Na verdade, alienação às empresas estrangeiras do mercado brasileiro de derivados.

O mercado brasileiro do refino é aberto e competitivo, faz parte da Bacia do Atlântico, como demonstra a recente invasão do mercado pelo diesel produzido nos EUA, resultado dos preços altos da Petrobras.

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É descabida a exigência de preços internacionais como condição para investimentos no refino. Ainda mais estranho é o desejo de impedir a ação do Estado brasileiro no setor. O que desejam? Acesso ao sétimo mercado do mundo e a renúncia do Brasil ao controle sobre setor estratégico?

A dívida da Petrobras é proporcional às reservas em desenvolvimento do pré-sal, aos investimentos de mais de US$ 250 bilhões, de 2009 a 2014, e perfeitamente administrável para companhia que, entre 2012 e 2017, manteve entre US$ 13,5 bilhões e US$ 25 bilhões em caixa, apresentou geração operacional superior aos US$ 25 bilhões por ano e índice de liquidez corrente sempre superior a 1,5.

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O pré-sal já produz 1,8 milhão de barris equivalentes por dia, mais de 55% da produção nacional, nível alcançado em tempo recorde. A quantidade crescerá, significativamente, nos próximos anos.

Felipe Coutinho é presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras

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