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Dom Orvandil

Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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A foto de Aécio-Moro e a decisão imorais estampam a decadência da justiça e do golpe da elite

É fundamental que não se espere mais nada das máfias que sequestraram o Estado, o parlamento, as polícias e o judiciário. As instituições apodreceram com o projeto que ai desgoverna o Brasil

É fundamental que não se espere mais nada das máfias que sequestraram o Estado, o parlamento, as polícias e o judiciário. As instituições apodreceram com o projeto que ai desgoverna o Brasil (Foto: Dom Orvandil)

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Amigo Antonio Claudio Nardelli, Curitiba, PR

Os detalhes dos enredos, das expressões dos atores e as vivências de seus personagens.

Como técnico de iluminação o amigo entende de teatro e conhece o teatro, dividido em atores no palco e em plateia que avalia profundamente textos e incorporações de suas mensagens, vê-se quando a vida flui ou quando os atores a boicotam matando seus personagens.

Vivemos profunda crise no Brasil. No palco dos três poderes – executivo ocupado pelo golpe sujo, parlamento onde atuam insanos e canalhas e o judiciário, em todos os seus escalões, os papeis da justiça são exercidos por imorais, antiéticos e farsantes traidores do Brasil. Assiste-se atores da pior qualidade, que apenas se empenham em salvar suas performances narcisistas, egoístas, medíocres e salvar-se da hemorragia democrática, que os atropelará com a força da revolução.

Não me surpreendi com a foto que "bombou" nas redes sociais mostrando a farra confraternizativa entre Sérgio Moro e Aécio Neves.

Não me surpreendo com o que já sei há muito tempo. Quanto a Aécio o povo brasileiro sabe que se trata de um marginal citado em inúmeras delações da lava jato, esse verdadeiro foco de golpistas e canalhas, do conhecimento, portanto, de seu comparsa partidário e ideológico sorridente na foto com nuances românticas, que usa o cargo público de juiz para falsear, mentir e alimentar a direita fascista brasileira.

Quanto a Sérgio Moro, inúmeros intelectuais brasileiros e internacionais – todos sobejamente citados por mim no blog e no canal – o denunciam há muito tempo como vendido aos interesses entreguistas de nossa soberania e a uma facção política de direita aqui no Brasil. Sua atuação como delinquente burguês que afronta a Constituição, principalmente no que tange a imparcialidade do judiciário e da soberania nacional, faz desse juiz um ser pequeno moralmente e um mercenário a serviço das multinacionais, principalmente do petróleo.

O mérito dessa foto tirada num evento da nojenta e manipuladora revista "Isto É" – que deveria mudar o nome para "Isto É Pura Mentira" – apenas confirma o encontro fraterno entre dois correligionários neoliberais de direita. O senador envergonha o Senado e o Brasil, enquanto o juiz rebaixa a justiça no esforço de fazê-la o lixo em que se tornou.

Mas eles se festejam descaradamente, agora em público. Afinal, os ratos não aguentam viver o tempo todo às sombras e nos esgotos. Os canalhas também confraternizam.

Também não me surpreendi, meu amigo, com a pedalada jurídica do Supremo Tribunal Federal ao liberal Renan Calheiros, o golpista presidente do Senado, para continuar o teatro do horror da destruição do Brasil com a PEC 55.

O noticiário das últimas 48 horas mostram as entrelinhas da aliança do inferno entre judiciário, Congresso Nacional, governo traidor golpista, mídia e o empresariado dos lucros, tanto nacional quanto internacional.

No afã de assegurar a aprovação da arrebentação contra os direitos sociais representados pelo aprofundamento do golpe da pec da maldade, o próprio jornal o Globo noticiou que a ministra Cármen Lúcia, presidenta do STF, telefonou para o traidor e golpista Michel Temer intermediar com Renan a retirada do projeto de lei para punir juízes, promotores e policiais por abusos de poder. Certamente ai entrou a negociação – para não dizer patifaria – no sentido de que o plenário do STF deixaria o atual presidente no cargo, mas o retiraria da linha da sucessão presidencial, para evitar o risco de a própria pec da morte ser retirada da pauta e o desgoverno golpista não tivesse de onde roubar o dinheiro público para doar aos bancos.

Outra notícia alerta que um dos ministros do STF orientou Renan a não assinar a comunicação judicial de seu afastamento do cargo de presidente do Senado por decisão monocrática do ministro Marco Aurélio e a "resistir", numa espécie da falsa desobediência civil. Será difícil adivinhar qual foi o ministro que orientou Renan a fazer o teatrinho de rebelde?

Na manobra imoral do STF ao pedalar em favor de Renan e da pec 55 há alguma diferença entre Sérgio Moro e o que deveria ser o judiciário como vanguarda dos direitos assegurados pela Constituição? Nenhuma. O judiciário apodrecido irmana-se com o bando de picaretas da Câmara e de canalhas do Senado desde o amanhecer do golpe. O STF nada fez para impedir o marginal Eduardo Cunha de suas peripécias sórdidas em afundar a democracia e o Brasil no abismo, como não agiu agora para retirar da presidência do Senado o amigo dos ministros que tudo fez para lhes aumentar os salários e privilégios nababescos. Renan é fundamental para ajudar seu comparsa Michel Temer a destruir o melhor que tem o Brasil, a sua classe trabalhadora, seu empresariado patriótico e suas riquezas.

Não me iludo, meu amigo. Do Planalto, do Congresso Nacional e do judiciário não virá nada para solucionar os graves problemas do Brasil. Os ratos e os podres governam o Brasil em direção ao esgoto e ao abismo.

Discordo do ministro Marco Aurélio, que se confessou envergonhado com a manobra imoral da maioria do plenário do supremo que decidiu a favor de Renan e suas manobras para sepultar os direitos sociais.

Marco Aurélio erra quando diz que "... eu penso que nós poderíamos ter avançado como eu disse no voto no dia de ontem e que acabamos por endossar um verdadeiro deboche institucional. Isso está no voto e, ao partirmos para o famoso jeitinho brasileiro com a decisão, o Supremo saiu, a meu ver, como instituição, última trincheira da cidadania, desgastado. Agora também saiu desgastado o Senado (...). Não vejo com bons olhos a solução do tribunal", disse Marco Aurélio Mello em entrevista à Rádio Jovem Pan.

O Supremo está longe de ser a última trincheira da cidadania. Nem o Congresso nem o governo são mais nada em termos da defesa da democracia e da cidadania real do povo brasileiro.

Todos viraram, isto sim, antitrincheira e balcão dos piores negócios mafiosos. Perderam a moral. De lá não se pode mais esperar nada.

Não adianta insistir também nas atitudes que ainda se tomam:

Os discursos apaixonados da esquerda nas tribunas da Câmara e do Senado são inúteis ante deputados e senadores marginais que nada querem senão fazer leis e aprovar projetos impatrióticos, antinacionais e antissociais. O bando é maioria.

Não adianta mais as coordenações dos movimentos sociais fazerem reuniões, dar a palavra por três minutos para falações inócuas, repetitivas e panfletárias que não mobilizam o povo, não repercutem na sociedade e só servem para exibicionismos das correntes em disputa.

As "militâncias" de redes sociais não levam a nada e só servem para aliviar o fígado dos que se escondem da luta.

Quais os caminhos se de cima nada virá e o povo os abomina por suas inutilidades e se os debaixo não se organizam voluntariamente no caos que se estabeleceu?

Os parlamentares comprometidos com o povo e com a luta contra o golpe devem diminuir as verborragias das tribunas, aproveitar seus mandatos, os recursos salariais que recebem e verbas de gabinetes para injetar dinheiro nas grandes mobilizações.

Os "militantes" online devem buscar formação pelos estudos das ciências políticas e se entregarem à luta real e unitária nos movimentos sociais. Somente essa derrubará esse estado de coisas.

Antes de assembleias, seminários e plenárias os comandos dos movimentos sociais e dos partidos progressistas devem se encontrar com o objetivo de construir a unidade necessária na construção de pautas essenciais para a luta. Depois mobilizarem suas bases e articularem o povo, arrastarem as massas da frente da mídia sem vergonha, motivando o povo a engrossar as multidões na luta pela defesa da Nação e da democracia, realmente a perigo, hoje.

Nesse quesito devem ser chamados os parlamentares a reforçar financeira e politicamente a marcha pelas mudanças. Foi isso que aconteceu na derrubada da ditadura e na campanha das "diretas, já". Não há outro caminho.

Um dos pontos da pauta, penso, deveria ser pela pressão por emenda constitucional para convocação de eleições gerais diretas: para presidente, senadores, deputados, governadores, assembleias legislativas, vereadores e prefeitos. Fora disso será impossível governar o Brasil sob o comando desse atual bando de corruptos, reacionários e direitistas que odeia o povo e o Brasil.

O programa do novo governo deverá incluir retomada dos programas sociais e do Estado investidor no povo, da retomada das estatais doadas por políticas marginais desde FHC chegando no atual traidor e golpista Temer, reforço da política internacional do mundo multipolar, saindo de sob as patas imperialistas dos Estados Unidos e da Europa, reformas políticas, econômicas e midiáticas, estatizando toda a mídia, reforma do judiciário demitindo todos os juízes atuais e promovendo eleições de magistrados, inclusive de quem não tenha cursado direito e todas as reformas que não foram feitas até agora.

É fundamental, meu amigo, que não se espere mais nada das máfias que sequestraram o Estado, o parlamento, as polícias e o judiciário. As instituições apodreceram com o projeto que ai desgoverna o Brasil.

Com esse parlamento e com os governos estaduais, na sua maioria, ninguém consegue governar o Brasil, por mais que a boa vontade o motive.

Nada pode se pensar fora dessa metodologia de luta e desse projeto de governo com reformas.

Dessa forma os atores construirão o texto do povo e da Nação sem deixá-los na mera condição de plateia e de molde manobrados e enganados por atores farsantes num palco inimigo de todos.

Decepções, depressões, tristezas e desânimo não são valores da vida, mas da morte. Somos chamados a crer e a construir a esperança na boa luta correta.

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