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Rodrigo Vianna

Jornalista desde 1990. Passou por Folha, TV Cultura, Globo e Record; e hoje apresenta o "Boa Noite 247". Vencedor dos Prêmios Vladimir Herzog e Embratel de Jornalismo, é também Mestre em História Social pela USP. Blogueiro, integra a direção do Centro de Estudos Barão de Itararé.

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A frente ampla chama-se Lula

"A aliança comandada pelo petista deve compor palanques nos estados, com dois aliados estratégicos: PSB na centro-esquerda e PSD na centro-direita", diz o jornalista Rodrigo Vianna

(Foto: Divulgação)
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por Rodrigo Vianna

Desde meados do ano passado, começaram a circular análises sobre a necessidade de uma “Frente Ampla” para conter Bolsonaro. Naquele período, o presidente iniciava os ataques abertos ao STF e ao Congresso, reforçados agora em 2021 com a tentativa de cooptar policiais e militares para instalar uma ditadura.

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Os defensores da “Frente Ampla” costumavam apontar o PT como um entrave para essa articulação: o partido teria dificuldades em ceder, com uma tendência para certo “hegemonismo”. A proposta de “Frente Ampla” embutia a ideia de superar o PT como principal força de esquerda, dissolvendo o partido, sua simbologia e sua história numa aliança democrática mais ampla. Um erro crasso.

A liderança da Frente Ampla para derrotar Bolsonaro ficaria com os liberais moderados e com um ou outro personagem avulso da centro-esquerda.

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Mas faltava combinar com a realidade... 

A vitória de Lula no STF, precedida de resistência histórica da militância nas ruas e nas redes, cancelou as condenações injustas, mudando completamente o jogo. E, então, bingo! Percebe-se agora que Lula e o PT são o verdadeiro motor da frente contra Bolsonaro. Não há outro caminho.

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A movimentação de Lula, primeiro em Brasília, e esta semana também no Rio, indica o roteiro. A tal frente ampla terá o PT com Lula no comando do leme, articulando palanques nos estados com dois aliados principais: o PSB (turbinado por novas filiações) na centro-esquerda e o PSD na centro-direita.

No Rio, Marcelo Freixo no PSB será candidato a governador da Democracia contra a barbárie miliciana. Lula tenta levar o PSD (agora sob comando de Eduardo Paes) para a aliança. Felipe Santa Cruz (presidente da OAB, aliado de Paes) poderia compor a chapa com Freixo.

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Em Minas, a frente deve ser liderada pelo atual prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). Aqui, a esquerda entraria como aliada – sem comando da chapa.

Em São Paulo, o quadro é mais complexo. O PT paulista insiste em ter Haddad candidato a governador (nos bastidores, diz-se que Haddad não quer, prefere estar na campanha nacional); o PSOL já colocou Boulos em campo; e o PSB deve ter o quase tucano Márcio França de novo como alternativa.

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Boulos seria o candidato com mais “apetite” nesse momento, e já começou a percorrer o Estado. Mas conversei com um nome próximo a ele esta semana, que confirmou: Lula é quem vai decidir, e não está descartada nem uma aliança com o PSB; nesse caso, o PT indicaria o vice de França ou ficaria com a vaga de senador, e Boulos se deslocaria para uma super candidatura a deputado federal. 

Percebe-se que no triângulo das bermudas do Sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a história do PT hegemonista não cola mais.

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O partido de Lula teria candidatos próprios, sim, em três estados do Nordeste que já governa (Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí), além do Espírito Santo (com o nome do recém filiado Fabiano Contarato). No Ceará, o governador petista Camilo Santana pode lançar um nome do PT, se a conversa com Ciro desandar mesmo de vez. No Maranhão, quem comanda o jogo é Flávio Dino - que estaria de mudança do PCdoB para o PSB. E Em Pernambuco, o PT deve se aliar ao PSB. 

No Centro-Oeste, a centro-esquerda seguirá a ter imensas dificuldades diante da hegemonia da direita e do agronegócio, e talvez tenha que lançar candidaturas para marcar posição. Na região Norte, a frente de Lula precisará ser ainda mais ampla para conter o bolsonarismo – incorporando personagens como Elder Barbalho (MDB-PA) e Omar Aziz (PSD-AM), e contando com a força de lideranças progressistas como Randolfe (Rede-AP) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA, que é prefeito de Belém – com uma frente democrática).

A regra, em geral, é ceder espaço aos aliados nos Estados, e construir alianças ao centro – com o MDB de Renan (AL) e Requião (PR), mas principalmente com o PSD.

O partido de Kassab terá papel decisivo nessa articulação, que seria melhor chamar de Frente Democrática: uma aliança política comandada por Lula, e que parte da base de centro esquerda, mas com caráter mais amplo diante da necessidade de conter as ameaças autoritárias cada vez mais evidentes de Bolsonaro.

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