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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A fuga no avião da FAB é o gran finale da afronta de Bolsonaro ao sistema de Justiça

A conta da fuga de Bolsonaro será entregue ao sistema de Justiça. Outros fascistões que o sustentaram também vão gargalhar durante dias., escreve Moisés Mendes

Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/Presidência da República)
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Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

A imagem do avião da FAB decolando com Bolsonaro em fuga é mais do que um deboche com os manés que levaram a sério até aqui o blefe do golpe.

Bolsonaro debochou do sistema de Justiça que permitiu o roteiro torto escrito e cumprido com rigor nos últimos anos.

A fuga com seu grupo de assessores, paga por todos nós, é apenas a afronta final acompanhada de gargalhadas.

Bolsonaro não viajou em missão internacional para Orlando, porque já não fazia mais nada, nem em missões domésticas, desde antes da derrota.

Mas pegou um avião que deveria servir ao governante e fugiu já como um sujeito ocioso, sem qualquer ocupação e utilidade.

É esdrúxulo o argumento de que Bolsonaro ainda estará, pelo menos simbolicamente, no cargo pelo menos até sábado.

A partir do momento em que entrou no avião e deixou o país, ele não ocupa mais nada. Bolsonaro não tem agenda. Há muito tempo, consumido pela derrota, não fazia nada de útil.

É um fugitivo embarcado em avião oficial. Juristas, legalistas e palpiteiros dirão o que já vem sendo dito: que ninguém poderia impedir a fuga.

Mas Bolsonaro prepara essa viagem desde muito antes do momento em que percebeu que o golpe só existia como farsa.

Ele sabia que seus militares se encolheriam, que milicianos e PMs não são suficientes para um motim e que ninguém aplica golpes com manés acampados.

Sabia, como disse na última live pouco antes da fuga, que um golpe mal executado tem “efeitos colaterais danosos”.

Sabia sempre que o golpismo era um disfarce para manter patriotas entretidos e também tinha certeza de que poderia fugir. Fugiria porque nunca foi contido. Por que seria agora?

Só esperou até o penúltimo dia para poder embarcar no avião da FAB, com tudo pago, e se encontrar com os golpistas de Trump na Flórida.

Poderia ter viajado no jatinho de um amigo, pois sabe que um favor nessa área não dá nada, nunca deu. Optou pelo escárnio.

No avião da FAB, ofereceu como última imagem uma cena de novela das oito e de filme policial B. É a bagaceirice explícita.

Uma imagem manjada, da fuga do bandido que enganou até seus comparsas, desta vez na aeronave do próprio governo.

O Brasil expõe para o mundo um exemplo inédito de fuga financiada com dinheiro público, que terá como sequência uma festa com fascistas americanos.

A imagem do avião, com o logotipo da FAB, é uma das coisas mais grotescas já mostradas em notícias sobre gângsteres.

Dirão alguns que mais adiante ele será enquadrado. Para mais adiante, não há roteiro esboçado ou imaginável.

Bolsonaro passa a competir com Pelé nas notícias internacionais sobre o Brasil das excepcionalidades.

Perdemos um dos nossos gênios e deixamos que a maior aberração política e humana da vida pública brasileira esfregasse sua fuga na cara das instituições.

A conta da fuga de Bolsonaro será entregue ao sistema de Justiça. Outros fascistões que sustentaram o fugitivo também vão gargalhar durante dias.

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