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Daniel Quoist

Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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A Globo não tem mais salvação: seu destino é o ostracismo e a irrelevância

A Globo não está neste momento se expondo de forma patética e insustentável apenas ante seu antes cativo público brasileiro. Não. Já começa a ser alvo de chacotas e constrangimentos na cena internacional

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A Globo sempre que pode não esquece de tomar o lado errado da História. Avança agora, célere, pelo caminho trilhado recentemente pelo antes vistoso e muito arrogante do famigerado Grupo Abril.

E este é o caminho sem volta do opróbio, da bancarrota financeira, da humilhação. E seguirá o mesmo calvário dos Civita, etapa a etapa, passo a passo, como se cumprisse velha maldição, nessa sequência:
Judiciário
- Descrédito junto a crescentes faixas de audiência
- Silenciamento da pluralidade de vozes, privilegiando como de hábito vozes elitistas, de ricos, paulistas, cariocas, brancos... e católicos
- Apego preferencial a causas de direita e de extrema direita
- Jornalismo mesmo, apenas aquele de natureza opinativa
- Opção preferencial por política ideológica partidária em detrimento de diretrizes jornalísticas e favorecimento à instrumentalização do Poder
- Crise financeira galopante

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E não terá pão e circo suficientes para lhe resgatar do limbo a que há algumas décadas tem se autoenfurnado.

A Globo, de tanto falsear a realidade é de tanto escamotear a verdade ficou com a boca torta e de forma delirante ainda crê desfrutar de credibilidade e apoio unânimes.

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Ledo engano. Por exemplo, vejamos sua cafajestagem diante do maior evento jornalístico da década no Brasil — o desnudamento vergonhoso de Sérgio Moro e seus psrças, à frente Deltan Dallangnol. Pois bem, no mesmo telejornal em que reafirmava pela milésima vez compromisso com um tipo de ética jornalística, ao cobrir o chamado Morogate da Vaza Jato cuidou de pinçar a voz apenas do Ministro Luiz Roberto Barroso que, como esperado, víria atacar o trabalho primoroso do The Intercept no affair escabroso que são as relações promíscuas entre o então juiz Moro e o fundamentalista evangélico dublê de procurador chefe da Vaza Jato Dalangnoll e, ato contínuo, ignorou solenemente a voz do ministro Marco Aurélio Mello, tão ministro quanto Barroso no mesmo Supremo Tribunal Federal. Esse ostensivo veto a Marco Aurélio se deu unicamente porque ele escanteou para o lado a forma e, sagaz como ele só, assestou suas baterias para o que verdadeiramente importa ao Brasil — a conduta antiética e ilegal da dupla Moro e Dellangnol na produção de simulacros de justiça no âmbito da ruinosa Vaza Jato.

Sempre a Globo ordena a Bonner que releia uma fantasiosa profissão de fé em um jornalismo ético e exemplar é sinal de que está ocorrendo exatamente o contrário no trato do metido jornalístico, sinal de que toda a verdade está sendo empurrada para debaixo dos tapetes da antes opulenta Venus Platinada.

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Anotem isso: a cada desvio ético da emissora dos Marinho mais uma profissão de fé irrompe no teleprompter do William Simpson Bonner para ser lida com aquela voz grave de velório cardinalício, e bem ao gosto da Ilse Scamoarini quando anuncia convocação de conclave para eleger novo Papa. E haja drama. Tudo empulhação.

Pela primeira neste século é possível que, finalmente!, a Globo descubra que existe mídia alternativa de peso no Brasil e que esta já é repercutida por cânones do jornalismo mundial — The New York Times, Le Monde, BBC, El País, The Economist, Reuters... à frente. E a lista é grande.

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A Globo pensa que Glenn Greenwald é editor de jornalzinho de Grêmio estudantil dos anos 1960/1970 e que pode lhe dar um "passa moleque" na hora que bem lhe aprouver.

Esquecem os três medíocres "Robertos Marinhos" que o digno marido do deputado David Miranda é acima de tudo um jornalista profissional brilhante, com talento amplamente reconhecido mundo afora, ganhador de Prêmio Pulitzer e pencas de outros prêmios, todos eles conquistados por seu perfeccionismo na arte de investigar matérias de interesse genuinamente público e sempre com elevado grau de assertividade e inquestionável profissionalismo.

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O maior escândalo político mundial deste século — os Wikileaks protagonizados com maestria por Edward Snowden — foi deslindado jornalisticamente para todo o planeta por ninguém menos que Glenn Greenwald. E o certo mesmo é que depois da dupla Snowden/Greenwald as relações internacionais jamais voltariam a ser tão hipócritas, criminosas e danosas como eram até então. Ou ao menos aparentavam ser.

É claro que a Globo já começou a quebrar a cara. Por que é muito complicado lutar contra fatos quando estes chegam ao olhar do público revestidos de verdade, autolegitimados como são as conversas nem um pouco republicanas mantidas ao longo de anos pela República de Curitiba visando fraudar de forma tão desavergonhada o trabalho do judiciário brasileiro e, dessa forma, golpeando ferozmente a democracia brasileira.

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A Globo não está neste momento se expondo de forma patética e insustentável apenas ante seu antes cativo público brasileiro. Não. Já começa a ser alvo de chacotas e constrangimentos na cena internacional. Hoje, para se entender o buraco em que socaram nosso Brasil somente através do trabalho jornalístico desenvolvido por veículos de comunicação de outros países. E também pela força que já demonstra ter uma infinidade de sites progressistas na Grande Teia, a Web. Isso é fato. Inquestionável fato.

A Globo conseguiu criar — e rapidamente — em boa parte do público brasileiro uma espécie de ódio a tudo o que ela produz, um tipo de ojeriza renitente à forma parcial com que os Marinho manipulam desassombradamente a realidade. Só que essa má vontade com a emissora do Jardim Botânico carioca já vem passando de geração a geração desde 1989, quando do primeiro pleito presidencial após a ditadura militar que começou a infernizar o Brasil a partir de 1964. E todos sabem da infinidade de esqueletos que a Globo guarda em formol em seus muitos Arquivos.

E não é por acaso que serviços de streaming como o Netflix ameaçam seriamente seu poderio. A Amazon Prime Video também vem com força em seu encalço. E até o obscurantismo religioso da tevê evangélica, de programas evangélicos, lhe ataca em vários outros flancos, aumentando o faturamento de tevês como a Record, SBT e Band, enquanto o seu só faz minguar, mês a mês. Fato de não menos importância para a saúde mental dos brasileiros é a constatação de que sua fábrica de alienação social e moral escorrega ladeira abaixo: novelas, fantástico, louro José, Huck, Bial, jornalismo capenga feitos por leitores de teleprompter, todos esses programas amargando os piores índices de audiência de sua história. Cada vez mais a Globo e a atriz Regina Duarte se merecem mais. A Globo e Ali Kamel se irmanam mais.

De certo mesmo o que temos a cada ano que passa é a sabedoria e premonição da voz do saudoso governador Leonel Brizola assumindo as graves tonalidades do oráculo de Delphos a vaticinar:

— Se algo é bom para a Globo é ruim para o Brasil. Se algo é bom para o Brasil é péssimo para a Globo. Não há meio termo.

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