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Nívea Carpes

Doutora em Ciência Política e mestre em Antropologia Social

27 artigos

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A grande mulher Rosa Luxemburgo de luta e coragem, por um mundo para os trabalhadores

Rosa Luxemburgo é defensora do Socialismo Democrático, da valorização das teorias nas questões práticas da luta revolucionária. É nesse sentido que precisamos retomar e retomar, relembrar e discutir, valorizar esses revolucionários práticos e teóricos. O Brasil vive um período de total ausência de apoio teórico para a luta

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É por necessitarmos de exemplos que vou falar sobre Rosa Luxemburgo. É por necessitarmos aprender a fazer leitura de quadro político é que vamos falar de Rosa Luxemburgo. É por carecermos de memórias de figuras que fizeram história com sua coragem de viver e de morrer que precisamos falar sobre Rosa Luxemburgo.

Que exemplos nos dão e que faltas nos fazem as grandes personalidades, intelectuais, que se destacam na história lutando pelas causas dos trabalhadores! Rosa Luxemburgo é uma aguerrida contestadora, revolucionária, que tem a coragem de devotar a vida a uma causa.

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Nascida na Polônia, mas com toda sua atividade política na Alemanha, Rosa morre em 1919. O motivo de sua execução é a defesa da revolução e a contrariedade ao reformismo puro e simples e à produção de guerras - que correspondiam exclusivamente aos anseios da burguesia. 

Na percepção de Rosa a revolução seria formalmente burguesa, mas levada a cabo pela burguesia democrática e pelo proletariado, mais especificamente os trabalhadores da industrialização, contra o czarismo e a favor das liberdades democráticas. 

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O reformismo proposto pelo Partido Social Democrata entrava em choque com aquilo que Rosa Luxemburgo defendia, porque para ela as reformas só fariam sentido no interior de uma perspectiva mais ampla de luta por uma transformação estrutural do capitalismo. Tudo porque o capitalismo tende à selvageria e sua conclusão é de que ou se chega ao socialismo ou se caminha para a barbárie.

Considerada uma mulher da luta trabalhista, era uma das principais personalidades da política crítica e revolucionária do século XX. Rosa Luxemburgo teve um papel fundamental no Partido Social Democrata, tinha uma produção consistente e intensa, dentre artigos e ensaios, era estudiosa do Marxismo, de temas da política e da economia.

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Rosa inspira e encoraja o cotidiano de lutas proletárias contra o capitalismo, deixando marcas que transcendem o seu tempo. Posicionava-se contra a guerra, entendia que fazer uma guerra não atendia às necessidades dos trabalhadores, pelo contrário, os levava à morte, obrigados a impunhar armas por uma luta que não era deles. 

Nos discursos, Rosa deixava clara sua posição favorável à revolução socialista, à produção de uma nova ordem que garantisse as condições de vida, somente possíveis em uma sociedade socialista. Ela contrariava a visão reformista do capitalismo que impunha a acomodação dos trabalhadores às condições impostas pelo mercado.

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Por conta de seus posicionamentos políticos é presa mais de uma vez e passa quatro anos no cárcere. Nunca perdendo contato com a luta revolucionária, continua escrevendo, lendo, informada sobre os acontecimentos e incentivando seus companheiros à luta.

Filiada ao Partido Social Democrata, posicionava-se contra o nacionalismo que produzia guerra de interesses comerciais e políticos, contra as condições de vida dos trabalhadores. Posicionamentos que motivam a prisão de Rosa pelo próprio Partido Social Democrata, por representar a linha minoritária revolucionária do partido. O mesmo Partido Social Democrata que lhe retira a vida.

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A Social Democracia ascende na derrocada da Alemanha na primeira guerra mundial, resultado de um cenário político de total descrédito das forças tradicionais e de um país fragilizado nas suas perspectivas econômicas. O que Rosa não desejava era que ao invés de aliar-se ao proletariado, o partido se aliasse à burguesia, em sua maioria, e passasse a reprimir os revolucionários, utilizando-se de exércitos para isso, os mesmos que depois vão servir ao Kaiser no nazismo.

Rosa Luxemburgo é defensora do Socialismo Democrático e dentre suas questões, naquilo que fazia a crítica, considera um problema sério a burocratização do Partido Social Democrata, a tal ponto que seus burocratas se tornaram dirigentes do partido, relegando a último plano a produção de ideias, fazendo o caminho contrário ao proposto por Rosa, da valorização das teorias nas questões práticas da luta revolucionária.

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É nesse sentido que precisamos retomar e retomar, relembrar e discutir, valorizar esses revolucionários práticos e teóricos. O Brasil vive um período de total ausência de apoio teórico para a luta, que permita a elaboração das ideias que orientam a prática, mas também permitindo o debate para a reflexão da prática.

Rosa Luxemburgo traz um caráter teórico e heróico para sua luta, possível de ser percebido no que diz respeito à própria morte, um fato previsível dentro do cenário que se construía, mas Rosa não se via longe dos espaços de luta, não se via saíndo de Berlim para salvar a própria vida.

Por todos esses fatores, a real política revolucionária é essa práticada por Rosa Luxemburgo, assinando embaixo dos textos de Marx, nas reflexões sobre as contradições do capitalismo que o levam a constantes colapsos e crises. Encontramos na guerreira a adversária da conciliação de classes, com argumentos racionais, com o poder da palavra, expondo em estudos e discursos os princípios porque considerava o capitalismo como o colapso da humanidade. 

Para Rosa, o socialismo era o uso comum da propriedade que se tornou propriedade privada. A eliminação do capitalismo, em termos de sobrevivência, era tão preemente quanto foi a eliminação da escravidão. Por isso, a revolução deveria ser internacional e o partido que desenvolvesse esse projeto precisaria ser internacional.

Sabendo que poderia ser morta pela Social Democracia por colocar em cheque o reformismo aplicado pelos dirigentes de seu partido, não retrocedeu e não se retirou da luta. 

Hoje não temos o debate público, as redes sociais e o não debate tomaram conta da realidade. Isso impede em grande medida o desenvolvimento dos intelectuais orgânicos, aqueles que surgem de dentro dos movimentos, mas que carecem do contato, do encontro, da troca de ideias, para fazer florescer as suas capacidades reflexivas. 

Continuamos na terrível incerteza de um amanhã.

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