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A Grécia e o Brasil: dívidas e juros

A crise que a mídia diz ser só da Grécia, da Venezuela, é também nossa para a ditadura financeira, que Tsipras, a velha Grécia enfrentou, assim como a pequena Islândia, situada entre a Noruega e Groelândia, com meros 300 mil habitantes; eles se negaram a pagar uma dívida exorbitante, a nação enfrentou a União Europeia e hoje mantém elevado nível de vida, crescimento e paz social

A Grécia e o Brasil: dívidas e juros (Foto: ALKIS KONSTANTINIDIS/Reuters)
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Na fase do império, na maioria dos contratos assumidos pelo Brasil, o país pagou comissões, além dos juros, que variaram de 20% a 48%. Exemplo disso: num empréstimo de outubro de 1824, o país começou a pagar os juros no mesmo mês, mas só recebeu os recursos, efetivamente, em janeiro de 1825. Noutro, de junho de 1829, no valor de 400 mil libras, o país só recebeu a quantia de 208 mil libras, mas pagou 1.180 mil libras, durante 30 anos. Ao findar o prazo, ainda devia 460 mil libras, que foram consolidadas por outro empréstimo no valor de 508 mil libras, sendo que os juros da operação atingiram 22,95%.

Daí em diante, na fase da República, o país tomou novos empréstimos, sendo que um destes, no valor de 2,4 milhões de libras, em 1911. O dinheiro foi depositado num banco russo e inglês, logo depois bloqueado, por falência da construtora inglesa. Final da história: em 1917, com a Revolução Russa, houve uma perda total dos recursos, menos do “serviço da dívida” – ilegal e ilegítimo – que permaneceu com os banqueiros ingleses. Eles cobraram e receberam juros e multas da transação dos bancos falidos, que não repassaram sequer 30º% dos empréstimos contratados. 

Assim, a nossa dívida externa, que era de 1 bilhão de dólares em 1930, permaneceu relativamente estável até 1946 e alcançou 2 bilhões de dólares em 1956. Em 1963, atingia 4 bilhões de dólares e pulou para 9,5 bilhões em 1972, voltando a crescer com rapidez em 1973, tanto que, no ano seguinte, o endividamento externo do país somava um total de US$ 17,2 bilhões. 

No governo Lula, a partir de 2003, o país foi aos poucos tentando sair da tirania do FMI e do “serviço da dívida” que os países ricos, assaltantes desde a Colônia, usam como arma para criar uma espécie de bloqueio, que penaliza Cuba até hoje e que na Grécia abriu espaço para uma ditadura em 1967, derrubada com muita luta e sacrifício. É nisso que aposta Angela Merkel e as “Meninas Super Poderosas”, as agências de risco, laranjas da Troika, tanto lá como aqui no Brasil, que enfrenta exigências de melhoria do “superávit primário” (recursos para pagar a dívida pública), aumento do PIB e controle da inflação, para evitar a “fuga de investidores” e risco de calote na dívida interna e nos contratos externos. 

De resto, a crise que a mídia diz ser só da Grécia, da Venezuela, é também nossa para a ditadura financeira, que Tsipras, a velha Grécia enfrentou, assim como a pequena Islândia, situada entre a Noruega e Groelândia, com meros 300 mil habitantes. Eles se negaram a pagar uma dívida exorbitante, a nação enfrentou a União Europeia e hoje mantém elevado nível de vida, crescimento e paz social.

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