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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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A guerra ou a compaixão

"Um questionamento sobre a dor dos outros"

Guerra em Israel (Foto: Reuters)

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Guerras são formas patriarcais de fazer política. No patriarcado as guerras servem para unir vários maus afetos num circuito destrutivo e impotente: o desejo de dominar, de subjugar, o ódio, a inveja, a disputa, a humilhação, o rancor e o ressentimento encontram um espaço comum e mutuamente produtivo. 

As guerras produzem lucro para a indústria das armas, mas como produto da indústria do espetáculo, elas ajudam a produzir e reproduzir o vazio mental e emocional das massas. 

De fato, a guerra é uma mercadoria importantíssima na indústria do sofrimento e da tristeza sem a qual o capitalismo já teria sido superado. 

A indústria da guerra é a indústria da tristeza que nos faz acreditar que a espécie humana não tem jeito, que devemos desistir de constituir uma comunidade humana feliz e justa, baseada na generosidade e na solidariedade, no respeito e no cuidado. 

Contra a guerra, a compaixão como capacidade de imaginar o sofrimento dos outros é um sentimento cada vez mais raro que se torna, ao mesmo tempo, cada vez mais urgente. Infelizmente, a compaixão não faz parte do capitalismo. Ela foi extirpada do próprio cristianismo em sua unidade cada vez mais extremista com o capital. 

Resta saber se somos capazes de retomar a nossa imaginação sobre a dor dos outros e buscar caminhos para eliminar o sofrimento do mundo.

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