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Lúcia Helena Issa

Jornalista, escritora e ativista pela paz. Foi colaboradora da Folha de S.Paulo em Roma. Autora do livro "Quando amanhece na Sicília". Pós- graduada em Linguagem, Simbologia e Semiótica pela Universidade de Roma e embaixadora da Paz por uma organização internacional. Atualmente, vive entre o Rio de Janeiro e o Oriente Médio.

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A história da família brasileira nazista que dá nome a um bairro do Rio

O imenso bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro homenageia os Rocha Miranda, NAZISTAS BRASILEIROS, que já foram reverenciados por Bolsonaro quando ele decidiu fazer uma foto

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Um professor de História de uma escola no Rio de Janeiro estava dando uma aula sobre o Nazismo numa manhã ensolarada de terça-feira e decidiu mostrar a eles uma  suástica.

Disse aos alunos que aquele era o símbolo dos nazistas.

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Uma das alunas levantou a mão e afirmou, naquela manhã, que já havia visto no sítio da sua família um tijolo com aquele mesmo símbolo.

O professor então procurou saber mais sobre o assunto.

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O tijolo pertencia a uma construção demolida.

Sidney Aguilar (o professor) não sabia que, durante as suas pesquisas, iria descobrir uma história tão triste e assustadora que daria origem a um documentário, o "Menino 23".

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O sítio pertence à família Rocha Miranda, uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro  e de origem escravocrata.

Em sua pesquisa, Sidney descobriu que a família Rocha Miranda tinha um integrante que era membro do partido nazista aqui no Brasil, o maior partido nazista fora da Alemanha e que outras pessoas da família eram ligados ao Partido Integralista Brasileiro, um partido com uma essência de fascismo tupiniquim.

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Em sua pesquisa, Sidney descobriu que a família Rocha Miranda adotou 50 crianças de um orfanato para escravizá-las no trabalho rural e lucrar com elas. Todas  as crianças eram negras.

No documentário, um homem chamado Aloísio da Silva, que um dia foi um daqueles meninos, disse que as crianças não eram chamadas por nomes, mas sim por números, e o seu era o número 23.

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Os meninos só foram libertados quando o governo Vargas rompeu suas relações com Hitler.

Só então os nazistas brasileiros, assim como o Partido Integralista, foram acusados de vários crimes e os Rocha Miranda perderam parte de seu status social, mas não seu poder político e econômico.

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Um deputado federal brasileiro chamado Alfredo da Matta em um discurso na década de 30  diria: "A eugenia, senhor presidente, visa a aplicação de conhecimentos úteis e indispensáveis para reprodução e melhoria da raça."

Nos anos em que os garotos foram escravos dos nazistas Rocha Miranda, o Brasil vivia o ápice da política de superioridade racial e de "branqueamento" da raça. E esses fatos não  aconteceram há 200 anos.

Não. 

Passaram-se pouco mais de 80 anos e a família Rocha Miranda ainda hoje dá nome a um imenso  bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, a cidade em que vivo e que amo profundamente.

Sim, o bairro homenageia os Rocha Miranda, os NAZISTAS BRASILEIROS, que já foram reverenciados por Bolsonaro quando ele decidiu fazer uma foto, há apenas quatro anos, ao lado de um candidato a vereador usando uma farda nazista e com um claro discurso neonazista. O sujeito se apresentava em 2016 como "professor Marco Antonio" e a foto ao lado de seu apoiador, o hoje presidente Bolsonaro, foi vista com tristeza e  indignação de milhões de brasileiros.

É vergonhoso e cruel.

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