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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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A impunidade gerou o 8/1

"O triunfo de Fernanda Torres no Globo de Ouro não deve ser apenas motivo de orgulho, mas de reflexão", escreve Alex Solnik

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

A impunidade dos ditadores e torturadores da ditadura militar gerou a eleição de um ex-capitão do Exército que exaltava a ditadura militar.

A impunidade gerou a cena em que um deputado, ex-capitão do Exército, fez um elogio à tortura em cadeia nacional e exaltou um dos mais conhecidos torturadores da ditadura militar.

A impunidade gerou a eleição de um presidente da República, ex-capitão do Exército e ex-deputado, que exaltava a ditadura militar e fez um elogio à tortura e exaltou um dos mais conhecidos torturadores da ditadura militar.

A impunidade gerou um presidente da República que exaltava a ditadura militar, elogiou um torturador em cadeia nacional e comandou uma tentativa de golpe de estado.

A impunidade gerou o 8/1.

O filme “Ainda estou aqui” voltou a colocar a ditadura na ordem do dia.

O triunfo de Fernanda Torres no Globo de Ouro não deve ser apenas motivo de orgulho, mas de reflexão.

É inaceitável que aqueles que impingiram tanto sofrimento a tantas famílias como a do deputado Rubens Paiva e que praticaram crimes de estado entre 1964 e 1985 - ditadores ou torturadores - ainda continuem impunes. Com suas patentes e suas medalhas.

Mesmo os que já não estão aqui.

Se a sociedade civil não consegue punir os militares que traíram a Constituição, nada vai impedir o surgimento de outros ex-capitães do Exército dispostos a permanecer no poder por meio de um golpe de estado.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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