A Iniciativa de Governança Global está em sintonia com as tendências dos tempos
Assim que a iniciativa foi apresentada, ela foi bem recebida e apoiada por líderes participantes e organizações internacionais
Em 1 de setembro de 2025, o presidente da China, Xi Jinping, apresentou solenemente, na reunião “Organização de Cooperação de Shanghai Plus”, a Iniciativa de Governança Global (IGG), cujos conceitos centrais consistem em aderir à igualdade soberana, respeitar o Estado de Direito internacional, praticar o multilateralismo, defender a abordagem centrada nas pessoas e concentrar-se em tomar ações reais.
Assim que a iniciativa foi apresentada, ela foi bem recebida e apoiada por líderes participantes e organizações internacionais. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, saudou a IGG e valorizou o seu fundamento no multilateralismo, ressaltando a importância de proteger o sistema internacional centrado na ONU e a ordem internacional baseada no direito internacional. Nos últimos dias, a IGG despertou grande atenção e discussões acaloradas na comunidade internacional. Gostaria de compartilhar algumas compreensões e reflexões a esse respeito.
Reforçar a governança global é a única escolha correta para que a comunidade internacional compartilhe oportunidades de desenvolvimento e enfrente os desafios globais. Atualmente, as mudanças nunca vistas em um século estão se acelerando, com turbulências regionais frequentes, desenvolvimento econômico prejudicado, uma tendência crescente antiglobalização, aplicação insuficiente de regras e do Estado de direito e um crescente déficit de governança, a governança global chegou a uma nova encruzilhada. A história e a realidade provaram que, para reformar e aperfeiçoar a governança global, é necessário estabelecer fundamentos sólidos em termos de instituições e mecanismos, a fim de enfrentar com mais eficácia os desafios da era e compartilhar as oportunidades de desenvolvimento.
Este ano marca o 80º aniversário da vitória na Guerra Antifascista Mundial e da fundação das Nações Unidas. Neste ano histórico especial, que liga o passado ao futuro, o presidente Xi Jinping, atento ao futuro da humanidade e às grandes tendências do desenvolvimento global, concentrou-se na questão de “que tipo de sistema de governança global construir e como reformar e aperfeiçoar a governança global” e apresentou a Iniciativa de Governança Global em momento oportuno.
A Iniciativa de Governança Global defende que todas as partes unam esforços para fortalecer e aperfeiçoar a governança global. Não se trata de derrubar a ordem internacional existente e começar do zero, mas sim de buscar inovações e aperfeiçoamentos, aumentando a capacidade de execução e a eficácia dos sistemas e mecanismos internacionais atuais. O objetivo é que esses mecanismos reflitam melhor as mudanças no cenário e na conjuntura internacional, respondam com mais agilidade e eficiência aos desafios globais e protejam de forma mais eficaz os interesses comuns de todos os países.
A Iniciativa de Governança Global esclarece os princípios, métodos e caminhos que devem ser seguidos para reformar e aperfeiçoar a governança global.
A igualdade soberana é o requisito primordial da governança global. Todos os países, sejam grandes ou pequenos, fortes ou fracos, ricos ou pobres, têm o direito de participar em condições de igualdade nos assuntos internacionais. A situação desigual em que poucos países monopolizam a governança global não deve continuar.
O Estado de Direito internacional é a salvaguarda fundamental da governança global. O direito internacional e as regras internacionais são critérios comuns que devem ser elaborados, defendidos e aplicados conjuntamente por todos os países. Não há, nem deve haver, exceções a esse respeito.
O multilateralismo é a via básica da governança global. A governança global é um assunto de todos, que diz respeito aos interesses vitais de cada país e exige coordenação e cooperação, em vez de unilateralismo e intimidação.
A abordagem centrada nas pessoas é a orientação de valor essencial da governança global. O objetivo fundamental da governança global é transformar em realidade a aspiração dos povos de todos os países por uma vida melhor e construir, em conjunto, um mundo em que todos desfrutem de prosperidade e bem-estar.
A concentração em tomar ações reais é um princípio essencial da governança global. A vitalidade da governança global vem da prática, a chave está na ação e o fundamental são os resultados. Devemos nos concentrar no presente e no longo prazo e resolver problemas práticos que dizem respeito a todos os países, especialmente os países em desenvolvimento.
Esses cinco aspectos formam um todo orgânico e integrado, fornecendo orientação para promover a construção de um sistema de governança global mais justo e razoável e avançar de mãos dadas em direção a uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
A Iniciativa de Governança Global oferece a sabedoria e as soluções da China para superar os déficits de governança global e indicar o rumo do progresso da humanidade. A iniciativa está em consonância com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, reflete a essência da visão de governança global baseada em consultas amplas, construção conjunta e benefícios compartilhados, e visa apoiar firmemente o papel central da ONU nos assuntos internacionais, incentivando os países a participar da reforma e da construção do sistema de governança global, para que esta se mantenha atualizada e enfrente de forma mais eficaz os desafios dos tempos. A iniciativa responde aos fortes apelos do Sul Global por paz, desenvolvimento e cooperação, corresponde à necessidade urgente de aperfeiçoar a governança global e corrigir injustiças históricas, e visa reduzir de forma mais eficaz a lacuna de desenvolvimento entre o Norte e o Sul e salvaguardar melhor os interesses comuns de todos os países.
A Iniciativa de Governança Global é mais uma importante iniciativa proposta pela China após a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global, constituindo um novo enriquecimento e desenvolvimento do Pensamento Diplomático de Xi Jinping. As quatro principais iniciativas, cada uma com seu próprio foco, ocorrem em paralelo e visam substituir a divisão pela unidade, o confronto pela cooperação e a exclusão pela inclusão, eliminando de modo eficaz os déficits de paz, de desenvolvimento, de segurança e de governança, e injetar forte energia positiva na construção de um mundo de paz duradoura, segurança universal, prosperidade comum, abertura e inclusão, limpeza e beleza.
Como um grande país responsável, a China sempre pratica o verdadeiro multilateralismo e mantém-se firmemente como uma construtora da paz mundial, uma contribuidora para o desenvolvimento global, uma defensora da ordem internacional e uma provedora de bens públicos. Como um país de mercado emergente e um importante representante do Sul Global, o Brasil há muito tempo sustenta uma posição multilateralista, promove ativamente a reforma dos mecanismos de governança global e desempenha um papel relevante em temas cruciais como mudanças climáticas, segurança alimentar e transformação digital.
Diante de um mundo marcado por mudanças e turbulências entrelaçadas, a China está disposta a trabalhar com o Brasil para, no quadro da IGG, aprofundar a comunicação e a coordenação, formar maior sinergia, buscar em conjunto soluções para questões importantes na governança global e alcançar mais resultados visíveis. O Consulado-Geral da China no Rio de Janeiro está disposto a fortalecer os intercâmbios e a cooperação com todos os setores do Brasil, implementar conjuntamente a IGG e contribuir com sabedoria e esforços para promover a construção de um sistema de governança global mais justo e razoável.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

