CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Henrique Fontana avatar

Henrique Fontana

Deputado federal pelo PT-RS

37 artigos

blog

A irresponsabilidade da opção Maia

O deputado Maia, assim como Eduardo Cunha, nunca escondeu a quem serve. Recentemente, afirmou em entrevistas que "a reforma trabalhista é tímida" e que a "Justiça do Trabalho não deveria nem existir", e que "a agenda da Câmara, em sintonia com a do presidente Michel Temer, tem como foco o mercado, o setor privado". Este é o senhor que querem para governar o Brasil

Brasília - Rodrigo Maia cumprimenta deputados após discursar durante sessão para eleição do presidente da Câmara dos Deputados e demais membros da mesa diretora (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Henrique Fontana)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O núcleo político, econômico e midiático, condutor do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff, trama a reorientação da sua estratégia diante do provável fracasso do governo Michel Temer. Pretende rifar o presidente impopular e acusado de corrupção para colocar em seu lugar o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), conhecido como "Botafogo" nas planilhas de pagamentos de propinas da Odebrecht, reveladas pelas investigações da Lava-Jato. Deseja fazer isso, mais uma vez, burlando a democracia, por fora do processo eleitoral. Maia será o novo "CEO" do mercado financeiro e das elites econômicas nacionais, na presidência do país, para conduzir as reformas regressivas, previdenciária e trabalhista, e realizar os ajustes fiscais sobre programas sociais e o contingenciamento do orçamento público que atinge justamente os mais pobres.

O risco da opção Rodrigo Maia não significará apenas "mais do mesmo", pois apoiou e foi apoiado por Temer e os tucanos liderados por Aécio Neves. Ele representará o agravamento da crise política e a nova ofensiva conservadora contra os direitos do povo brasileiro. Significará a retirada de um presidente sem legitimidade, acusado de corrupção, por outro, interino, com ainda menos legitimidade, também acusado de corrupção e que pretende servir aos interesses do mercado financeiro contra os interesses da nação. O que estes setores pretendem fazer com o país é da mais alta irresponsabilidade e pode comprometer gravemente o nosso futuro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O deputado Maia, assim como Eduardo Cunha, nunca escondeu a quem serve. Recentemente, afirmou em entrevistas que "a reforma trabalhista é tímida" e que a "Justiça do Trabalho não deveria nem existir", e que "a agenda da Câmara, em sintonia com a do presidente Michel Temer, tem como foco o mercado, o setor privado". Este é o senhor que querem para governar o Brasil.

O país vive uma das mais profundas e persistentes crises política, econômica e social do período republicano. São três anos de instabilidade das instituições democráticas com alto custo social e deterioração evidente dos indicadores econômicos. O governo Temer derrete em meio às denúncias de corrupção que envolvem diretamente o presidente e seus assessores e ministros mais próximos, além do desemprego crescente, paralisação de investimentos, interrupção ou redução de políticas públicas, aumento da insegurança e da violência, insolvência dos estados endividados, corrupção sistêmica, redução da produção e ameaças ambientais. Agora, mais uma vez estamos diante do iminente afastamento de Temer, para ser julgado no STF por corrupção, corretamente, e a provável formação de um segundo governo ilegítimo. O povo brasileiro não suporta mais, não merece pagar um preço tão alto por improvisações políticas e governos sem a legitimidade democrática.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A desorganização administrativa, a crise de representatividade, as suspeitas que pendem sobre as instituições republicanas, a economia paralisada, o enfrentamento entre os poderes, a escalada da violência política, o crescimento da pobreza e da exclusão social, entre outras graves situações, demonstram um momento de excepcionalidade na conjuntura nacional. De outra parte, o evidente esgotamento do sistema eleitoral, sobrestado a espera de uma reforma política, sempre discutida, nunca realizada plenamente; e a necessidade de repactuação do contrato democrático nacional, indicam que a possibilidade de interinidade da Presidência da República, pretendida por alguns seguimentos políticos e econômicos, e em gestação no Congresso Nacional, não representará solução para a profunda crise que vivemos. Da mesma forma, também não é razoável que a sociedade brasileira, vítima de tal degradação política, ainda não tenha sido convocada a se pronunciar em nenhum momento.

A gravidade da conjuntura exige uma medida de excepcionalidade político-normativa, por dentro do ordenamento constitucional vigente. Esta medida deve reconhecer que o melhor remédio democrático para estancar a crise e retomar a normalidade institucional, com estabilidade para o país, é a antecipação das eleições em âmbito federal, para presidente da República, deputados federais e senadores.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A soberania do voto popular poderá, então, restituir a legitimidade política ao governo eleito e ao parlamento, e a estabilidade necessária para o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento econômico, social e ambiental. É preciso ressignificar nossa democracia e devolver aos cidadãos o direito de eleger seus representantes no Congresso e, especialmente, o mandatário maior da nação.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO