A língua venenosa de Milei

Não se enganem. As diversas medidas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para ceifar de vez o avanço da extrema direita, não são eficazes diante de uma articulação internacional. As peças que aparecem não são importantes e sim o movimento que conseguem organizar. Não precisa ser a sensitiva Chaline Grazik para perceber que os próximos passos são os apoios internacionais ao fascismo. Por aqui, o bolsonarismo procura apoio de grupos americanos para um segundo golpe no país, dizendo que vivenciamos uma ditadura totalitária da esquerda. O que conseguiu até o momento são amparos financeiros e políticos da extrema direita do continente de uma maneira geral. A contradição é ter um grupo político brasileiro usando verba pública para ir falar mal do próprio país.

Javier Milei, sem agenda oficial, sem encontrar com o rei Filipe VI ou Pedro Sánchez, esteve em um encontro da extrema direita espanhola. Esse encontro tem a participação de Com participações em vídeo da primeira-ministra italiana, a presidenta do partido conservador Giorgia Meloni, e do húngaro, Viktor Orban, a conhecida francesa Marine Le Pen e o português André Ventura. Esse é um evento que não é meramente holofote desta extrema direita, mas o início de uma articulação internacional para ascender com mais força o fascismo no mundo.

Milei que bloqueou recentemente as páginas de rede social das TVs Públicas Rádio Nacional, FM Clássica, FM Rock, FM Folclórica e as emissoras regionais, falou o que quis, mas não vai ouvir o que não quer. Sua língua afiada, que soltou os maiores despautérios em cima daqueles que falam contra suas ações, resolveu falar mal da mulher de Pedro Sanchez, que imediatamente retirou seu embaixador da Argentina e exige retratação pública. Apenas esquece que Espanha é um dos grandes parceiros econômicos dos Hermanos. 

Mas isso não parece abalar a Argentina, que vive uma  inflação acima de 200% e o FMI fala que o país deve ter uma baixa da economia em - 2,8% neste ano, com uma dívida com o mesmo de US$ 70 bilhões. Os três outros parceiros importantes são Brasil com 14,3% das exportações e em seguida Estados Unidos e China. Esta última, também está declinando continuar uma parceira. Milei, além de destratar a esposa de Sanchez, falou entre outras coisas: “Quem era o inimigo do Zorro? E aqueles que queriam levar os recursos para a Espanha!” Sim, Rafael Montero é o tirano governador espanhol na Califórnia, porém, Zorro era um nobre espanhol e que revoltado luta contra injustiças sociais, resolve lutar a favor do povo. Coisa que Milei não conseguiu cumprir até o momento, afinal, a pobreza subiu para mais de 57,4% em janeiro.

Em momentos de grande raiva, falou mal do socialismo ligando a mortes, mas esquecendo da ditadura Argentina, que mais foi cruel com todo tipo de civis, não poupando nem mulheres e crianças. E fora que as grandes guerras na história moderna, foram em de países capitalistas pela propriedade privada. O principio das distancias econômicas entre ricos e pobres, traz através desse capitalismo, levando a fome, desemprego, guerras, A bomba nuclear em Hiroshima e Nagazaki,  Aparthaid e as duas guerras mundiais motivadas por disputas de territórios e matéria prima na Europa.

O futuro de Milei é fazer beicinho e ter que pedir desculpas, assim como fez com a China. Beicinho será a expressão que definirá Milei no futuro. Uma palavra em francês chamada Boudoir que vem de Bouder. Justifica-se essa lembrança, já que algumas questões internacionais sérias passam pela França. Podemos lembrar-nos do destrato de Bolsonaro com a mulher do  presidente francês Macron, causando crise diplomática. Mas logo depois, temos Lula de mãosdadas com o mesmo Macron na Amazônia. 

Não tratemos esse machismo com trivialidade. Em todos os sentidos, Milei vai pagar com a sua língua.