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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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A luta dos povos indígenas é nossa também

Os índios lutam pelos seus territórios, por reconhecimento social e político, mas lutam, acima de tudo, pela sua reprodução material e cultural

(Foto: Thiago Gomes / Fotos Públicas)
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Antes da chegada dos europeus à América, os povos indígenas já haviam se espalhado pelo continente em sociedades com organizações sociais as mais variadas, como os Impérios Inca e Asteca, como a Confederação Maia, como os Cacicados Complexos na Amazônia ou ainda como caçadores e coletores. Diversos e ricos em termos culturais, os povos indígenas estabeleceram ligações políticas de dominação e subordinação, construíram redes comerciais de média e longa distâncias, produziram cerâmicas e artefatos sofisticados, dentre tantas outras realizações arquitetônicas e metalúrgicas. 

Pensando na Amazônia, a título de ilustração, podemos mencionar os Omáguas do século XVI no Alto Amazonas, organizados a partir de um poder político centralizado de âmbito regional, ou ainda no Alto Rio Negro e o sistema multiétnico regional aí localizado (Baniwa/Tukano). Ambos sociedades complexas que possuíam dinâmicas históricas próprias. 

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Com a chegada dos europeus, sabemos, as guerras, as doenças e a escravidão concorreram para desmantelar esse mosaico social indígena, erigindo, a partir dele, uma nova ordem colonial na qual os povos indígenas buscaram sobreviver. Da mesma forma, com a formação do Estado Nacional Brasileiro (Império e República) entre projetos de assimilação e integração conduzidos por instituições como o SPI (1910-1967) e, depois, a FUNAI (1967 em diante) e que procuravam, numa perspectiva de tutela, integrar o índio à sociedade brasileira como trabalhadores nacionais, os povos indígenas persistiram resistindo, teimando em manter aspectos do seu modo de vida e cultura.

A partir da década de 1970, os povos indígenas, com seus movimentos sociais organizados, conseguiram inserir, com muita organização, mobilização e luta, alguns direitos fundamentais na Constituição de 1988, dentre eles o reconhecimento das suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças, tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. 

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Ocorre que até hoje os povos indígenas lutam para sobreviver, sobretudo em função do governo atual que os tem atacado de todas as formas, criticando e desqualificando as suas formas de vida e cultura, e até mesmo apoiando as investidas sobre as suas terras, realizados por garimpeiros, madeireiros e outros agentes econômicas como o agronegócio. 

Nessa quadra histórica, assim como em outras e desde os tempos coloniais, os índios lutam pelos seus territórios, por reconhecimento social e político, mas lutam, acima de tudo, pela sua reprodução material e cultural. 

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Essa também é a nossa luta! 

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