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Neto Tavares

Formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Advogado com ênfase em Direito Constitucional

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A luz livre de Luiz em Paris

Sua passagem histórica pela França com uma mensagem de encorajamento ao público, à militância e aos democratas: “não desistam da política”. Para um dos maiores líderes vivos do mundo, cada um de nós é a mudança política que o mundo precisa para combater as desigualdades e o ódio que assola as sociedades. Basta acreditar, resistir e não parar de lutar

(Foto: Stuckert)
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A vinda do Presidente Lula à França, ao lado de sua abalizada comitiva que contou, dentre outros nomes, com Fernando Haddad e Dilma Rouseff, sacolejou e modificou os ânimos e ares da cidade das luzes. Na cena política do centro da Europa ocidental, ninguém ficou indiferente a sua passagem pelo solo francês: da esquerda à direita, da boca dos invejosos à dos amadores, da mídia à militância, Lula foi o assunto que dominou a semana.

É de se destacar a habilidade inata através da qual o líder petista passeia pelos diversos campos, domínios e grupos políticos. Encontrou-se com diversos nomes importantes da conjuntura sociopolítica-cultural da França. Dialogou, além de vários notáveis veículos de comunicação e de intelectuais de renome, com Mélenchon (França Insubmissa), Hidalgo (Partido Socialista), Hollande (ex-Presidente de centro-esquerda) e Sarkozy (ex-Presidente de direita). Lula talvez (tenho 99% de certeza) não tenha se reunido com Macron porque a République en Marche (“República Em Marcha”) do Presidente francês engatou, propositalmente, uma marcha a ré contra o estado de bem-estar social do seu povo, atropelando as garantias sociais com o seu carro político desgovernado; conversar com Lula seria, então, conversar com a antítese de sua política nefasta. 

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Lula debutou sua agenda (02/03) principal seguindo o protocolo formalíssimo da cerimônia de entrega do seu título de cidadão francês realizada na sede da prefeitura de Paris. Houve na sua entrada, porém, quebra de protocolo, notadamente quando seus admiradores avançaram ao palco para dar-lhe abraços e entoar em uníssono “Lula guerreiro do povo brasileiro”. Luiz discursou lendo o seu texto, o que não é muito comum. Quem sabe por respeito à solenidade e à importância do momento. As belas luzes dos lustres do Hôtel de Ville, vale dizer, pareciam mais iluminadas naquele salão ilustre pela luz que emanava de um sereno e emocionado Luiz.

Na mesma noite, participaram Lula, Haddad e Dilma de um evento organizado para alavancar a campanha de reeleição da prefeita Anne Hidalgo. Deparei-me, aí sim, com um discurso mais cativante e potente do “maior ídolo da esquerda globalista do mundo” (palavras de Steve Bannon).

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No dia seguinte (03/03), pude presenciar o que pode ter sido um dos momentos mais frutíferos da temporada de Lula no país hexágono. Junto ao economista Thomas Piketty, autor de “O Capital no século XXI”, de sua equipe de pesquisa da Escola de Economia de Paris, contando também com Dilma, Haddad e o intelectual Jessé Souza do lado brasileiro e de diversos nomes da intelectualidade francesa atual do outro, foi debatida a questão da desigualdade na América Latina e no mundo e a busca por soluções conjuntas. Piketty, nessa monta, tem coordenado um laboratório de estudos sobre o tema, que para Lula é uma questão urgente e com a qual ele pode contribuir a partir da experiência brasileira no combate à miséria durante os anos da gestão petista. Lula pediu, ao final da reunião, que seja criada uma ponte entre os atores que compuseram a mesa de debate a fim de criar ações concretas e mútuas no combate a esse problema central.

No mesmo dia, à noite, no mítico Teatro do Soleil, Lula e sua comitiva participaram do festival “Lula Livre em Paris”, sublimemente organizado pela RED.Br (Rede Europeia pela Democracia Brasileira) e com a colaboração dos Comitês Lula Livre e de outros coletivos como os “Amigos dos Sem-terra”. Houve três potentes discursos dos líderes petistas, cada qual com suas especificidades e temas variados (como a denúncia da “Lava-jato”, a campanha pela inocência de Lula e o pedido de participação e mobilização da população através da política), além de performances artísticas provocantes e denunciadoras. Vale citar, igualmente, os belos discursos dos militantes (como o da intelectual Maud Chirio) que, outrossim, compunham o palco. 

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Nesse contexto, um dos momentos mais marcantes do evento foi a leitura de uma carta enviada a Lula quando ainda estava na prisão. A atriz Marina Foïs encarregou-se da tarefa e declamou uma mensagem que sintetiza a história política recente brasileira, modificada por Lula e seus anos de crescimento e oportunidade de ingresso dos pobres e negros às universidades. Ao término da leitura, o Presidente foi às lágrimas assim como boa parte do público. Enxugou-as, porém, e, em seguida, cativou a plateia com sua célebre e hipnotizante oratória quando do seu discurso.

Finalizou sua passagem histórica pela França com uma mensagem de encorajamento ao público, à militância e aos democratas: “não desistam da política”. Para um dos maiores líderes vivos do mundo, cada um de nós é a mudança política que o mundo precisa para combater as desigualdades e o ódio que assola as sociedades. Basta acreditar, resistir e não parar de lutar.      

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