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Gerson Almeida

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A morte de Marisa e a prole de Frankenstein no Brasil

Eram tantos os seus semelhantes quando Frankenstein chegou ao Brasil que começou a sentir-se seguro e não mais precisar andar de esgueira, às sombras. Pela primeira vez sentiu-se entre iguais e suas horrendas deformidades

Eram tantos os seus semelhantes quando Frankenstein chegou ao Brasil que começou a sentir-se seguro e não mais precisar andar de esgueira, às sombras. Pela primeira vez sentiu-se entre iguais e suas horrendas deformidades (Foto: Gerson Almeida)
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Ao invés de cumprir a promessa feita no final do livro escrito por Mary Shelley e continuar seguindo em direção ao Norte e de lá não mais voltar, Frankenstein parece ter abandonado aquela região gelada e decidido viver nos trópicos, mais exatamente no Brasil.

Chegou ao país ainda indignado pelo fato do seu criador, o médico Victor, não ter concluído o projeto de construir uma fêmea que lhe permitisse constituir família. Esta foi a justificativa da criatura para assassinar a esposa de Victor.

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Em pouco tempo após a sua chegada, Frankenstein percebeu que não mais seria necessário uma nova criação, pois aqui conheceu várias criaturas igualmente monstruosas. Eram tantos os seus semelhantes que começou a sentir-se segura e não mais precisar andar de esgueira, às sombras. Pela primeira vez sentiu-se entre iguais e suas horrendas deformidades, que tanto espantavam as demais pessoas antes e lhe obrigavam a sempre ficar escondido, não chocavam seus novos amigos. Ao contrário, muitas vezes a criatura é que ficava chocada com algumas atitudes que passou a presenciar.

A criatura finalmente encontrou no Brasil contemporâneo o seu lugar ideal, o que possibilitou que a sua prole crescesse sem parar, o que tornou realidade o pior dos medos de seu criador.

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Foi exatamente por Teme a criação de uma geração de monstros capazes de assombrar a humanidade que Victor tomou a decisão de não criar uma fêmea para Frankenstein, decisão que lhe custou muito caro. Além da sua esposa, vários outros familiares foram assassinados pela criatura motivada pela sua insaciável sede de vingança.

Com a morte da Dona Marisa Letícia, - uma trabalhadora que soube transitar com a mesma dignidade nas ruas operárias de São Bernardo do Campo e nos salões requintados dos palácios e castelos nos quais foi recebida como primeira-dama -, a prole de Frankenstein não conseguiu mais passar despercebida e as suas horrendas deformidades éticas e morais passaram a ficar plenamente visíveis para todos aqueles que ainda não perderam o sentido de humanidade e, portanto, não lhe são iguais. Muitos daqueles que pareciam estar sendo encantados com a falência de valores e começavam a ver o inumano como belo perceberam que apenas monstros são capazes de celebrar e torcer pela morte de quem quer que seja e romperam o feitiço que os manipulava.

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 Victor teve a sua mulher assassinada no dia do seu casamento e Lula teve que velar a sua esposa quarenta e quatro anos depois de casado. Ambas foram vitimadas pelo ódio desmedido, originado de criaturas profundamente deformadas moral e psicologicamente.

Até chegar a este ponto houve várias fronteiras morais e de respeito humano que tiveram que ser suplantadas. Dona Marisa teve a sua casa invadida por um exército de policiais e viu a sua intimidade ser exposta de forma vil.

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Ela, que nunca buscou holofotes viu todos eles voltados contra si, seus filhos, netos e marido de forma violenta. Sem piedade e sem provas. Apenas com a convicção própria de criaturas que, por terem abdicado de valores humanistas básicos, deixaram de ser motivados pelos procedimentos civilizatórios consagrados, como não acusar ninguém sem evidências suficientemente fortes. Contra Marisa Letícia valeu tudo.

Mas a máquina de desconstrução de vidas honradas que se transformou a mídia nacional, com o apoio da prole de Frankenstein que está instalada em vários espaços da sociedade e do Estado, não ofereceu à Dona Marisa Letícia nenhum benefício, sequer o da dúvida.

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Seu exemplo de dignidade e vida sem mácula parecia uma provocação para as criaturas deformadas e servia para assanhar ainda mais ainda a sua índole destrutiva.

Diferente de seus algozes, Marisa Letícia é uma pessoa que não foi gestada em laboratórios. Ela é uma humanista e não uma deformação inumana.

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Sua morte é uma perda irreparável, mas a imensa reação que seu sofrimento e falecimento motivaram contra as ações de ódio feitas pela prole de Frankenstein deixou claro que os valores humanistas e a sensibilidade social que orientou a vida de Marisa Letícia são muito mais fortes do que pensam essas criaturas deformadas.

A morte de Dona Marisa Letícia, uma mulher operária que conferiu dignidade ao posto de primeira-dama, está demonstrando que apesar de ousadas, as criaturas deformadas e inumanas e suas ações horrendas não serão capazes de se impor. A grande reação espontânea de desagravo às injustiças e agressões sofridas por dona Marisa Letícia mostram que é a dignidade da vida de Dona Marisa Letícia e não o júbilo e a sanha pela morte que orientarão os brasileiros neste próximo período.

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