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Pedro Del Castro

Assessor da Liderança do PT no Senado

12 artigos

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A odisséia da classe trabalhadora, parte 1

No Brasil, o Golpe de Estado Parlamentar, realinhou as forças conservadoras numa unidade programática, num programa já derrotado nas ruas na década de 90 e nas urnas nos primeiros anos de 2000, mas que serviu para a organizar a sua composição de forças e ilhar a esquerda brasileira

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meireles e Michel Temer participam de encontro com representantes da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Pedro Del Castro)
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A poderosa crise econômica global iniciada em 2008, de proporções e magnitude similares a 1929 (isso, guardadas as suas complexidades temporais), ainda segue assombrando países e mais países pelo globo.

Uma crise estrutural e global, que se manifestou através dos anos de forma naturalmente desigual, mas que se combina, entrelaçando todo o sistema mundial de produção de mercadorias. Seus sintomas se apresentaram há algumas décadas. Saindo da periferia mundial desenvolveu-se em direção ao centro do capitalismo mundial. Suas causas principais localizam-se no prolongado processo de acumulação de capital combinado com a elevação progressiva da potência científica e tecnológica dos meios de produção, isso, multiplicada sobretudo, após a revolução tecno-científica culminando na explosão da informática, da química fina e da robótica.

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Uma parcela cada vez maior do capital acumulado foi se deslocando para a especulação financeira, convertendo-se em capital fictício, já que não poderia ser reinvestida diretamente no sistema produtivo, sob pena de levar ao total colapso o sistema de produção de mercadorias. Assim, parindo, duas marcas hegemônicas do capital monopolizado e financeirizado, que são: A financeirização e o desemprego. Algo totalmente antagônico a afirmação de alguns que tão diziam que eram apenas bolhas ou desequilíbrio conjuntural.

Ascensão conservadora

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Igual em 1929, hoje, os oportunistas dos setores mais degenerados da sociedade, através de um discurso fácil, buscam um bode expiatório para culpar e massacrar, assim, como a os Nazi-Fascistas fizeram com os Judeus, Ciganos, Homossexuais e todo o tipo de povo que não pertencia ao conceito que eles tinham sobre raça ariana. Hoje diferentemente de 1929, o bode expiatório são os imigrantes. Igual a 1929, a ignorância de uns e o oportunismo dos poderosos escondem mais uma vez, que é o Capitalismo em seus movimentos cíclicos e naturais que provocam tudo isso.

Dando uma breve volta pelo globo, veremos essa ascensão em exemplos, por exemplo: Na França, o partido Frente Nacional de extrema-direita, liderados a 44 anos pela família Le Pen, cada vez mais, ganham musculatura social e política para se tornarem uma alternativa de poder naquele país. Na Alemanha que pariu Hitler e, liderou a monstruosidade da 2º Guerra Mundial, mobilizações contra imigrantes acontecem semanalmente sobre a orientação do Pegida, "Patriotas Europeus Contra a Islamização do Ocidente", movimento de extrema direita nascido na Alemanha durante o outono de 2014. No resto da Europa inteira, esses grupos de extrema-direita ficam cada vez mais fortes. Já nos Países Baixos, influenciado pela capital dos Países Baixos e da Holanda, Amsterdã, cada vez mais a manifestações contra imigrantes ganham as ruas. No Brasil, já que não há uma forte marcha de imigrantes, os escolhidos, foram os Nordestinos, as teses de divisionismo em nosso território, a cultura de achar que os Nordestinos são detentores de esmolas do "povo do centro-sul", ou que o Sul paga o "Bolsa Família" deles, cada vez mais, mesmo que velado, se expandem.

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Um caminho inevitável

Vários (episódios) prenunciaram uma "débâcle" acentuada da economia mundial, entre as quais o altíssimo nível de desemprego nos países desenvolvidos, os crescentes déficits orçamentários, a crise das "pontocom", as crises da Rússia, México, Argentina e Tigres asiáticos, dentre tantos exemplos. Cada nova tentativa das classes dominantes demandou enormes esforços, desgastes políticos, queimas fabulosas de capital, alcançando somente alívios efêmeros, aos quais se seguiram o retorno dos sintomas e de um quadro geral ainda mais agravado. Os custos humanos ambientais e econômicos foram elevadíssimos e não é difícil prever que o metabolismo do monstro em agonia consumirá ainda mais sacrifícios na tentativa de se recuperar. Entretanto, parece que com a eclosão da crise mundial inaugurada em 2008, com a quebra do Banco Lemann Brothers, chegamos ao tempo em que a crise pode assumir a forma da existência do próprio capital.

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Paralelo a esses problemas

A crise ambiental é o maior impasse do capitalismo em sua atual crise econômica global. A escassez de energia, água potável, terras cultiváveis e todo tipo de recursos naturais renováveis, mais as mudanças climáticas e aos impactos imprevisíveis da acelerada extinção de grande número de animais e de vegetais responsáveis pela manutenção de elos preciosos da cadeia alimentar, anunciam um futuro totalmente desalentador para a humanidade.

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A ascensão Neoliberal

No Brasil, o Golpe de Estado Parlamentar, realinhou as forças conservadoras numa unidade programática, num programa já derrotado nas ruas na década de 90 e nas urnas nos primeiros anos de 2000, mas que serviu para a organizar a sua composição de forças e ilhar a esquerda brasileira, numa espécie de nova política de alianças.

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Acontece que a direita brasileira navegando nessa espécie de "nova consciência fascista", após serem derrotados nas eleições de 2014 para a presidência, mas ganhando na disputa do quantitativo parlamentar. Essa equação mostrou um país dividido e, que eles, num movimento parecido com o de Hitler na Alemanha, ao serem derrotados e em seguidas eleições, teriam que utilizar da irresponsabilidade política num puxar de corda e esticá-la até criar uma falsa aparência de um conflito social. Esse, por sua vez, teria de ser capaz de dar-lhes uma falsa justificativa para defenestrar a presidente eleita Dilma. Vale registrar que só seria possível por essa fórmula a ascensão dos setores neoliberais ao poder, já que o povo brasileiro tinha os derrotados nas lutas de massas da classe trabalhadora e em quatro processos eleitorais.

A natureza do golpe

Eles mal chegaram e impuseram numa velocidade nunca vista a agenda de reorganização econômica para dar condições objetivas da edificação do projeto Neoliberal, privatizações, terceirização, teto de gastos e todo o tipo de pavimentação programática para tal. Eles contaram também, com o apoio das votações já executadas e que derrotaram as forças progressistas, principalmente nas questões de Direitos Humanos, que o Congresso Nacional mais retrógrada e conservador dos últimos tempos avia imposto.

Sobre esse ponto, vale lembrar, que Dilma no começar de seu governo, escolheu não enfrentar os problemas imposto pela crise econômica ancorada no programa eleito em 2014, mas sim, num programa de ajustes, não similar ao que está colocado, mas que tem uma natureza totalmente antagônica aos anseios daqueles que a elegeram. Isso fez com que ela caísse na avaliação popular ao ponto de 10%, ou seja, perdeu 42% de apoio popular registrados na urna

A Luta se dará no campo político

Nesse cenário, cabe mais uma vez aos guardiões da paz no mundo (a Classe Trabalhadora), superar esses grandes problemas que se encontram o Brasil e resto do globo. A superação desse "Novo Tipo de Consciência Fascistas", se dará não no campo de guerra como na 2º Guerra Mundial, mas sim, no campo da política produzida por um novo modelo econômico e social para humanidade. Algo que supere a experiências do Neoliberalismo hoje tão sucateado e também, do Socialismo Real, tão sucateado quanto.

Teremos um 2017 de intensas lutas, diferentemente dos outros anos, os movimentos sociais e populares, habitavam o projeto de nação. Hoje eles foram escorraçados, ou seja, terá luta de massas para que esses setores, mais os pobres que não se organizam, voltem a ser protagonistas de um projeto mais fraterno e justo. No mesmo sentido, as eleições de 2016 com a vitória da Direita só iram agudizar ainda mais a exploração e a opressão que não só se dará na atuação nacional, mas também na municipal.

Por fim, o fenômeno imposto pela juventude brasileira na questão das ocupações, só mostra, que uma nova geração política nasce para liderar as lutas dos povos. Que a esquerda brasileira, não tem que só os colocar como uma prioridade estratégica, mas acima de tudo, fazer um processo geracional de liderança e direção, além, de produzir o novo projeto da esquerda no brasil. Um farol que guiará a esquerda por mais 20, 30, 40 anos, nesse momento de sua recomposição e reorganização.

Essa Odisseia terá muito mais partes. Quem viver verá!

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