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    Walter Santos

    Walter Santos é publisher da Revista NORDESTE e do Portal WSCOM

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    A popularidade de Obama Versus Dilma

    Nos Estados Unidos também há oposição forte, mas ela entende a democracia como princípio basilar, imexível

    Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante evento em Paris. 30/11/2015 REUTERS/Ian Langsdon/Pool (Foto: Walter Santos)

    O ano de 2015 chega com um saldo de manifestação dos cidadãos e cidadãs sobre o desempenho do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Brasil, Dilma Rousseff, com indicadores que merecem uma reflexão acerca de como anda o humor e avaliação das pessoas nesses dois grandes Países, concomitantemente, às reações cotidianas diante da alta rejeição de Obama 71%, por exemplo, e a leve recuada da reprovação em torno de Dilma (67%). Aliás, no caso americano, 75% andam descontentes com os rumos e as políticas de Obama.

    A rigor, o patamar de reprovação alcançado por Obama neste final de ano se assemelha ao exato número de 71% que Dilma chegou a atingir em agosto, posto que esse era o índice do governo da presidenta brasileira avaliado entre ruim ou péssimo. A dados de hoje, como ressaltamos, houve ligeiro recuo alcançando 67%, ainda um patamar alto.

    Nos dois casos, são números preocupantes para quem exerce o Poder, mesmo que existam perspectivas e projeções diferentes posto que, na situação americana há pouca novidade positiva a ser prospectada, enquanto na realidade brasileira existe a possibilidade de recuperação gradativa da presidenta com as novidades políticas de reaglutinação da Base e da aprovação de ajustes no Congresso Nacional gerando indicadores positivos.

    NOS EUA, DEMOCRATAS E REPUBLICANOS SE CONFRONTAM

    Pela pesquisa divulgada pela CNN, terça-feira, 28, a reação dos americanos tem filtro diferente quando se avalia o governo Obama pela vertente de democratas e republicanos, posto que 67% dos aliados do presidente (democratas) vêem mudanças positivas, enquanto 63% dos republicanos acham o País em fase ruim.

    Este patamar de posicionamento dividido na sociedade americana na avaliação do presidente também se estende no campo pessoal, pois 48% dos entrevistados disseram ter uma visão pessoal favorável e 50%, desfavorável.

    O que difere no caso americano é que, apesar da desaprovação nas áreas de política e segurança, os norte-americanos permanecem um pouco mais otimistas com relação à economia, com 52% de aprovação para as ações da Casa Branca.

    PERSPECTIVA DE DILMA FRENTE À OPOSIÇÃO EM 2016

    O desfecho de 2015 com a implosão do Impeachment a partir da reaglutinação da Base aliada da presidenta, mais o racha fatal no PMDB implodindo o processo de Golpe via o vice-presidente Michel Temer, mais a aprovação dos ajustes pelo Congresso Nacional e a decisão do Supremo Tribunal Federal zerando o processo deflagrado pelo debilitado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, significa na prática ares novos e positivos ao projeto de Dilma para o ano que se inicia.

    Afora todas as costuras de bastidores, o reforço recebido por Dilma pelas manifestações de rua às vésperas da decisão do STF resultou em desdobramentos culminando com a mudança de paradigma das Politicas de Levy, ministro auto demissionário, pelas de Nelson Barbosa dentro de um prisma menos radical nos cortes e ajustes.

    Dilma ressurge em 2016 com as condições de que, enfim, depois de um ano perdido, ele assume de fato o Governo em condições de tocar Políticas que respinguem na retomada da economia num patamar de reaquecimento real para dentro, especialmente, e fora do País uma vez que há necessidade de convivência com os mercados externos.

    SÍNTESE

    Nos Estados Unidos também há oposição forte, mas ela entende a democracia como princípio basilar, imexível.

    Não é à toa, por exemplo, que John Kennedy venceu Richard Nixon em 1960 pelo magérrimo 0,10% (um décimo)de votos, da mesma forma que Nixon venceu Hubert Humphrey em 1968 - 0,7% (sete décimos) números muito abaixo da vitória de Dilma sobre Aécio de 3,3% (51,6% contra 48,3%) e por lá não há desestabilização política como faz a Oposição no Brasil.

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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