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Neto Tavares

Formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Advogado com ênfase em Direito Constitucional

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A Precarização das Fábricas sem Fábricas

A Uberização é a atualização do software capitalista, e ela está, até o momento, sendo bem sucedida. Mas a tão esperada resistência às atrocidades fascistas surge com potência através da conscientização de classe dos entregadores e motoristas das plataformas digitais

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O capitalismo sentiu-se nostálgico e decidiu rememorar o apogeu de sua brutalidade: quase nunca, na história, houve tanta destruição das garantias trabalhistas do que nestes tempos de fundo do poço que é o ano de 2020. A selvageria do capital atual é comparável, porém, àquela dos primórdios do assalariamento da classe operária – tomo aqui as minas e usinas europeias como exemplo desta carnificina do povo trabalhador.

Os mineiros e operários trabalhavam mais de 12 horas e recebiam em troca, com a esmola e a insalubridade do trabalho oferecidas pelos patrões, subnutrição, doenças e desesperança. As paralisações e greves eram aniquiladas através de perseguições e assassinatos. A contrapartida desta tragédia foi o surgimento do anarquismo e do comunismo e as tentativas, algumas vezes bem sucedidas, de organização dos trabalhadores.

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O capitalismo de hoje, com esta roupagem pandêmica e virótica, dialoga com a destruição e violência dos tempos idos do século XIX. Os ciclos do sistema, pois, podem dialogar entre si e assemelharem-se; o que muda é sua carapaça e sua capacidade de inovação em termos de escravização e exploração.

A Uberização é a atualização do software capitalista, e ela está, até o momento, sendo bem sucedida. Mas a tão esperada resistência às atrocidades fascistas surge com potência através da conscientização de classe dos entregadores e motoristas das plataformas digitais. O Brasil, assim, é um dos centros da articulação dos trabalhadores precarizados. Este processo de contestação e de conscientização política (a paralisação de primeiro de julho é a imagem mais forte para exemplificá-lo) é uma das chaves para destruir o fascismo brasileiro: lideranças da base trabalhando para a base, organizando-se entre si, rejeitando até então o jogo sujo do esgoto político brasileiro.

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Parafraseio, nesse sentido, o autor Ricardo Antunes: quando o proletariado do século XXI compreender completamente que eles não são “burgueses de si próprios” mas sim “proletários de si mesmos”, o neoliberalismo fascista volta para o buraco da história de onde nunca deveria ter saído.

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