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José Marcus de Castro Mattos

Poeta, psicanalista

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A próxima ‘Marielle’

Os assassinos da vereadora Marielle Franco (1980 – 2018) estão soltos, armados e à espera para atirar. Em quem? No Lula, no Boulos, nos leitores, nos filhos dos leitores? Não importa. Eles vão atirar em qualquer um que faça frente aos seus interesses

A próxima ‘Marielle’ (Foto: Divulgação / Facebook)
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Os assassinos da vereadora MARIELLE FRANCO (1980 – 2018) estão soltos, armados e à espera para atirar.

Em quem?

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No Lula, no Boulos, nos leitores, nos filhos dos leitores?

Não importa.

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Eles vão atirar em qualquer um que faça frente aos seus interesses.

Porque sabem que ninguém os impedirá de atirar e que ninguém os punirá pelos tiros.

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Mas quais os seus nomes, seus rostos, seus corpos?

Nas recentes chacinas ou assassinatos individuais ocorridos no país, policiais militares estiveram direta ou indiretamente envolvidos.

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O trabalho político da vereadora MARIELLE FRANCO (PSOL/RJ) consistiu muitas vezes em denunciar a ilegalidade, a brutalidade, a covardia e o desrespeito com os quais a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM/RJ) intervém nas favelas cariocas.

Negros e pobres – absolutamente inocentes – foram assassinados em meio ao tiroteio indiscriminado realizado por policiais militares fluminenses.

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De fato, a Polícia Militar do Rio de Janeiro (e não apenas do Rio de Janeiro) insiste em desconhecer este princípio ético: REPRESENTANTES DA LEI DEVEM OBRIGATORIAMENTE SER OS PRIMEIROS A SE SUBMETER A ELA, DIFERENCIANDO-SE ASSIM, CONCEITUAL E MORALMENTE, DOS BANDIDOS.

Ao não cumprirem com este princípio as polícias militares brasileiras igualam-se aos bandidos e passam a agir como bandidos.

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Agindo como bandidos, rapidamente abrem portas para a criação de milícias próprias, autônomas em relação às corporações militares.

Quebrado o princípio ético diferenciador, as milícias – constituídas por policiais militares desconectados de suas funções legais – unem-se aos traficantes de armas e drogas.

Evidentemente, os grandes traficantes de armas e drogas não residem nos morros onde estão situadas as favelas cariocas, nem escondem o volumosíssimo dinheiro do tráfico embaixo de colchões jogados ao rés do chão de barracos miseráveis...

Não. Tais traficantes habitam luxuosas coberturas das zonas sul e oeste da Cidade do Rio de Janeiro, 'lavando' o dinheiro sujo através de terceiros e 'aplicando-o' generosamente na rede bancária (sob a conivência de acolhedores, simpáticos e atentos gerentes).

Neste âmbito ilegal e criminoso, os ditos 'traficantes do morro' são apenas o varejo de uma estruturação mafiosa que enoda as corporações policiais aos traficantes-atacadistas e ambos aos bancos e aos políticos, tudo se passando como se as Organizações Globo e suas congêneres não soubessem de nada disso...

Ora, a vereadora Marielle, intelectual e culturalmente muito bem preparada para ler tal estado de coisas, corajosamente colocava o dedo na ferida lá onde tal estruturação faz valer sua força digamos 'ideológica', assestando contra negros e pobres os preconceitos que há quatro séculos pontuam o inconsciente político bra'z'ileiro (assim mesmo, com 'z'): racismo, autoritarismo, particularismo, cinismo, hipocrisia, violência, perversão, deboche, etc.

Soberana em palavras e atos, Marielle fazia obstáculo real à traficância de tudo e todos, demarcando a cada vez lugares, posições e funções, trabalhando incansável e rigorosamente pela construção de uma cidadania esclarecida, democrática e cosmopolita.

Infelizmente seus assassinos restarão impunes, porque impunes estão aqueles colocados para capturá-los...

O assassinato covarde e brutal de Marielle é pois a consequência lógica do Golpe de Estado que quebrou o ordenamento constitucional do país e deve ser lido como o primeiro ato da guerra civil aberta pelos golpistas: como não lê-lo dessa maneira quando quatro tiros atravessaram a cabeça de uma vereadora, de uma representante do povo?

A próxima 'Marielle' é portanto cada um de nós – mas atenção: ou restaremos também assassinados (em continuação à guerra civil), ou portaremos as palavras luminosas da vereadora, transmitindo-as aos nossos filhos.

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