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Florestan Fernandes Jr

Florestan Fernandes Júnior é jornalista, escritor e Diretor de Redação do Brasil 247

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A Rede de Intrigas

"O fato é que a Globo sempre optou por um lado na história, e não foi o da democracia", escreve Florestan Fernandes Jr

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Por Florestan Fernandes Júnior, do Jornalistas pela Democracia

Num mundo digitalizado, onde a notícia se dá em tempo real, o JN da Rede Globo levou longas vinte e quatro horas para divulgar a informação de que o Comitê de Direitos Humanos da ONU havia concluído que Sergio Moro foi parcial no julgamento de Lula, e que violou os direitos políticos do ex-presidente ao impedir a sua candidatura na eleição de 2018. 

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Mesmo constrangida a noticiar, ainda que a destempo um fato de tamanha relevância e repercussão, a Rede Globo não se deu por vencida. Concluiu a matéria com a fala do ex-juiz de Curitiba negando que tenha sido parcial. E isso não foi ao acaso. Qualquer repórter de televisão sabe que a última fala em uma reportagem é a que fica na lembrança do telespectador. 

As manipulações das narrativas sempre estiveram presentes na Vênus Platinada. Quando fui repórter da emissora, nos anos 80, era proibido citar os nomes de Leonel Brizola e Dom Helder Câmara. Os jornalistas também não podiam usar o termo ditadura militar, que foi substituído por regime militar. E, em vez de greve, se falava paralisação. Não se trata de pura semântica, a substituição das palavras e das expressões carrega uma visão política a ser plantada no imaginário do telespectador. 

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O fato é  que a Globo sempre optou por um lado na história, e não foi o da democracia. Foi uma das grandes artífices e fomentadoras do discurso de ódio que hoje a vitima. A multidão que hoje hostiliza seus profissionais e seus símbolos globais, é a mesma que destacava nas manifestações pró-impeachment, as vozes "anti-sistema".

O processo de criminalização da política, foi semeado e cultivado por parte importante da imprensa, a partir da prevalência do discurso "das convicções." Na imprensa corporativa, princípios fundantes da democracia, como devido processo legal, presunção da inocência, foram substituídos pela "convicção" dos analistas políticos. Fatos, imparcialidade e checagem obrigatória, que compõem a essência do jornalismo, foram escanteados pelas  "convicções". Inegável o papel da imprensa corporativa nesse estado de coisas em que vivemos. Ela atuou como base auxiliar do lavajatismo, pré-julgando e condenando o ex-presidente Lula.

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A Globo apoiou o golpe de 64 e só recentemente pediu desculpas. Durante 21 anos apoiou o governo dos generais presidentes, enquanto milhares de jovens opositores eram presos, torturados e mortos. Sobre isto, o silêncio sepulcral. 

A emissora dos Marinho mentiu ao dizer, em seu principal telejornal, que o primeiro grande comício das "Diretas Já",  que reunia mais de 100 mil pessoas na Praça da Sé, era uma festa de aniversário da cidade de São Paulo.  Editou o debate entre Collor e Lula no segundo-turno da eleição de 1989, fato este fundamental na vitória do tal “caçador de Marajás”. 

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Em 2014, apoiou a Lava Jato; em 2016, o impeachment de Dilma. Em 2018, a prisão de Lula. Mas até agora não fez a autocrítica que tão reiteradamente cobra dos petistas. Convenhamos, errar é humano; mas persistir no erro de tal forma, é desonesto.

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