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Henrique Fontana

Deputado federal pelo PT-RS

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A reforma inadiável

Impossível disputar uma eleição sem perceber as inúmeras mazelas que esse modelo de financiamento causa no sistema político do país

Impossível disputar uma eleição sem perceber as inúmeras mazelas que esse modelo de financiamento causa no sistema político do país (Foto: Henrique Fontana)
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Encerradas as eleições, que registraram os conhecidos problemas vinculados ao financiamento empresarial das campanhas, novamente entra na pauta de debates a reforma política. Impossível disputar uma eleição sem perceber as inúmeras mazelas que esse modelo de financiamento causa no sistema político do país. Nesse contexto, estranhamos o silêncio das lideranças políticas, empresariais e acadêmicas a respeito do problema que considero central neste modelo vigente, a saber: a captura crescente do sistema político pelo poder econômico. Ademais, ao longo das últimas décadas, quando se analisa os diversos casos de corrupção e ilegalidades que vieram à tona envolvendo diferentes governos de diversos partidos, quase sempre encontramos a interface com o financiamento empresarial das campanhas eleitorais. 

Mas não é por ausência de propostas e caminhos coerentes que devemos aceitar a falta de definição do Congresso Nacional a respeito da reforma política. Em face do imobilismo do parlamento, a proposta de reforma política defendida pela OAB, CNBB, UNE, em conjunto com mais de 72 entidades representantes da sociedade civil, é extremamente consistente para enfrentar os problemas do atual modelo. O projeto veda o financiamento das empresas para campanhas eleitorais, limita o valor do financiamento das pessoas físicas e estabelece um teto dos gastos para cada um dos cargos em disputa.

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Para que a reforma política possa avançar, três caminhos não excludentes são possíveis: a) tal como defendido pela presidenta Dilma, desde junho de 2013, é a organização de um plebiscito no qual a população se manifestaria a respeito do sistema vigente e as melhores maneiras de alterá-lo; b) a votação de um projeto de lei por iniciativa do próprio Congresso, que posteriormente passaria por um referendo; neste caso defendemos que a melhor base é começarmos pela votação do mencionado projeto de iniciativa da OAB, CNBB, UNE e demais entidades da sociedade civil; c) a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para tratar da reforma política.

Além das iniciativas que passam pelo Congresso, devemos acompanhar com atenção o desfecho do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela OAB sobre o financiamento das pessoas jurídicas nas eleições. Com placar de seis votos a um, favoráveis à vedação das doações de empresas para campanhas, o julgamento está paralisado,desde abril deste ano, em função do pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes. 

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Em síntese, a reforma política que desejamos será gestada na confluência das três propostas acima e em função das consequências legais do julgamento do STF. Para os que defendem o status quo, não terá chegado o momento de saírem do silêncio que revela cumplicidade com as regras vigentes? 

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