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Matheus Brum

Mineiro de Juiz de Fora, jornalista e escritor

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A República Federativa da Nota de Repúdio. Até quando?

Em plena pandemia e no meio de um avanço do autoritarismo, a República brasileira se defende através de notinhas frouxas que são divulgadas através das redes sociais, que estão infectadas por milhões de robôs, que tem como único interesse desvirtuar e polarizar o debate político

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Olá, companheiros e companheiras. Como vão? Chegamos a mais uma semana de quarentena onde, infelizmente, os índices de isolamento social pelo país estão caindo. Isso é muito sintomático para mostrar como que a sociedade moderna falhou, com cada um olhando para o próprio umbigo. Este é um assunto para outro texto. No de hoje, quero debater sobre como nossa República se tornou um antro de notas de repúdio e zero ações. 

Nestas últimas semanas temos visto um escalonamento de ataques, de todos os lados, contra enfermeiros, jornalistas, políticos, instituições, etc. Só que os ataques, além de mostrarem a brutalidade e o ódio de uma parte da sociedade brasileira, geram um outro fator em comum: são rebatidos através de notas oficiais. 

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A cada fala atravessada do presidente Jair Bolsonaro, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, rebatem com notas de repúdio veiculadas nas redes sociais. A cada ataque feito por apoiadores do Governo Federal a jornalistas, sindicatos, emissoras e federações emitem notas de repúdio. Quando médicos e enfermeiros são atacados, a categoria rebate com notas de repúdio. Quando o Supremo Tribunal Federal e seus Ministros são atacados, eles respondem as acusações com notas de repúdio. 

Ou seja, hoje, em plena pandemia e no meio de um avanço do autoritarismo, a República brasileira se defende através de notinhas frouxas que são divulgadas através das redes sociais, que estão infectadas por milhões de robôs, que tem como único interesse desvirtuar e polarizar o debate político. 

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Quando analisamos os efeitos das notas, o que reparamos? Que elas não serviram para absolutamente NADA! Os ataques não param. Aliás, continuam, cada vez com mais força. Todos os domingos vemos o presidente furar o isolamento social; seus apoiadores batem e agridem jornalistas; defendem intervenção militar, o que afronta a constituição; xingam deputados; mandam fechar o Congresso e o STF; atacam os profissionais da saúde; fazem carreatas que geram aglomerações, e desrespeitam qualquer medida sanitária recomendada, pasmem, pelo Ministério da Saúde comandando pelo presidente que apoiam. 

Estas pessoas são facilmente identificadas. Sabemos que agrediu o casal que estava de camisa vermelha em Porto Alegre, em meados de abril; sabemos quem atacou médicos e enfermeiros no dia primeiro de maio; sabemos quem bateu nos jornalistas e fotógrafos no último domingo; sabemos quem levanta placa pedindo intervenção militar todo domingo. Então, pergunto, até quando seremos benevolentes? Nós temos medo deles? Se acreditamos na democracia, precisamos usar os instrumentos democráticos para rebater cada ataque: identificação, processo, inquérito e punição. Simples! 

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Não podemos viver em um mundo mágico, no qual acreditamos que apenas o diálogo será a ferramenta para frear estas agressões. Não tem como conversar com quem considera inimigo aquele ou aquela que pensa diferente. É impossível. Com estas pessoas precisamos tomar medidas mais drásticas. Sabe por quê? Porque eles estão organizados. Porque cada um destas agressões e manifestações tem como interesse testar os limites da nossa democracia. 

E sabe qual é o pior? Eles estão conseguindo mostrar, para qualquer um ver, como a democracia brasileira é frágil. Como que os principais atores políticos amedrontam em momentos de crise. Desta forma, eles irão avançar, cada vez mais. A pergunta que fica é: até quando? Confesso, amigo e amiga, que tenho um certo receio da resposta. E você?

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