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A sauna dos transportes no Rio com direito a baratas nos ônibus e vômitos no metrô

Os protestos de junho tinham várias bandeiras mas afunilaram na questão dos serviços caros e ruins, sobretudo os transportes

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A cidade do Rio de Janeiro viveu na última terça-feira (12/11) um dia de verão na primavera para ninguém botar defeito. No clima não, com sensação térmica de 48 graus, mas nos transportes públicos, haja defeito! Segundo o Climatempo, os termômetros chegaram a 40,5 graus na estação de Marambaia, na Zona Oeste. Foi o segundo dia mais quente do ano. O recorde ainda é do dia 8 de janeiro, quando os termômetros marcaram 40,9 graus.
 
Logo cedo, observando as redes sociais, vi que começavam a aparecer relatos de desconforto no metrô carioca. Desconforto? Um usuário do metrô escreveu o seguinte no Facebook: "Hoje vi um caos completo no metrô. Constatei o que temia. Não há como dar vazão a quantidade de pessoas que lotam os vagões com ar condicionado que não funciona direito. Vi pessoas desmaiando e vomitando por falta de ar. Isso tudo às 10h, nem quero imaginar como foi a viagem das 7h." Pessoas vomitando no metrô? Nunca tinha ouvido falar. E os ônibus, os chamados "quentões"?
 
Continuo observando o Facebook e me deparo com esse relato, de uma jovem agora: "Indo para o trabalho, com esse calor de 'milhões' de graus já pela manhã bem cedo, me deparo com uma cena absurda no ônibus. Pego o 464 e vejo motorista e cobrador suando em bicas. Um calor senegalês. Como pode isso? Reclamam dos motoristas mas como eles podem trabalhar, ao lado do motor do ônibus com esse calor? Ali deve fazer uns duzentos graus."
 
Os dois relatos são de usuários dos transportes públicos do Rio. E não é só com o calor que eles sofrem não. Semana passada, choveu forte. Havia goteiras, tipo cachoeira, melhor dizendo, dentro dos trens da SuperVia, relataram usuários. A mesma jovem que escreveu sobre o calor da terça-feira no ônibus se mostrou indignada com uma reportagem publicada no GLOBO no mesmo dia, em que os empresários de ônibus, tendo a frente Jacob Barata, de 81 anos, também ouvido pelo jornal, dizem que não podem investir na renovação das frotas porque as passagens não aumentaram. E mais: Cláudio Callak e Jacob Barata Filho reclamam de quebra do contrato com a prefeitura, dizem que foram demonizados e afirmam que o serviço é o melhor da América Latina. É ou não é muita cara-de-pau? 
 
Os protestos de junho tinham várias bandeiras mas afunilaram na questão dos serviços caros e ruins, sobretudo os transportes. Depois da grita da população, apesar do rabo preso com os empresários do ramo, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) voltou atrás com o aumento e reduziu em R$ 0,20 centavos a passagem dos ônibus que circulam no município do Rio. O resultado? Os poucos ônibus (não são os frescões) de linhas regulares que tinham ar condicionado sumiram das ruas. E agora, cinco meses após o início dos protestos, os "baratas" dizem que se não houver aumento das passagens não haverá renovação da frota.  E por falar em baratas, a rádio BandNews FM noticiou nesta quarta-feira que vários ouvintes ligaram contando que com o calor da véspera várias baratas de verdade dividiam espaço com passageiros nos ônibus, apavorando as passageiras, principalmente. Isso é uma vergonha!
 
Na mesma entrevista ao GLOBO, Jacob Barata, empresário apontado como o mais poderoso do setor de transportes no Rio, conta que chegou com 14 anos ao Rio, pobre, pobre, pobre de marré deci e hoje, milionário, só quer saber todos os dias do caixa das empresas de ônibus dele: "Quero o caixa todo dia na minha mesa". Ou seja, ele, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes não pensam no povo. Só pensam na caixinha deles. Ônibus com ar condicionado no Rio, com sensação térmica de 48 graus numa primavera, não é conforto, é necessidade. Mas os R$ 0,20 impedem os "baratas" de renovar a frota. 

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