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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A última chance de Bolsonaro é a aposta macabra

"O que ele deseja é que aconteça um desastre. Bolsonaro está certo de que a morte de crianças pode salvá-lo", escreve Moisés Mendes

(Foto: ABr | Reprodução)
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Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

Não há ideologia, não há religião, não há dado concreto algum para sustentar a posição de Bolsonaro contra as vacinas. Não há nada mais desses ingredientes na sabotagem da imunização que pode salvar as crianças.

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A ideologia, a religião e o negacionismo são de outro departamento das alienações, das ignorâncias e da manipulação de pessoas fragilizadas. Bolsonaro já fez uso dessas ferramentas do fundamentalismo para jogar para a sua torcida.

Bolsonaro está dobrando a aposta contra a vacina, para que possa dizer mais adiante: eu avisei. Mas a aposta agora é contra a vida das crianças.

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Não busquem complexidade nas ações e na torcida de Bolsonaro para que tudo dê errado na vacinação das crianças. Procurem nessas atitudes a obsessão pela morte. 

Bolsonaro quer ser, para o mundo todo, e não só para o Brasil, o cara que alertou: se quiserem, vacinem seus filhos, mas eu estou fora.

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O que ele deseja é que aconteça um desastre. Não necessariamente algo espetacular que desmoralize e desqualifique a ciência e a vacina. Podem ser fatos encadeados, desabonadores da vacinação, que ‘provem’ que está certo. Se for algo grandioso, melhor ainda para ele.

A aposta de Bolsonaro é na morte. Foi assim desde o começo. Quando João Doria decidiu produzir a CoronaVac, a saída foi agarrar-se à cloroquina como salvação, ao lado da tese da imunização de rebanho.

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Bolsonaro imaginou que seria um líder mundial, se a cloroquina funcionasse. Não funcionou, mas a coisa prosperou como negócio. Eles, os filhos, os amigos, a indústria e os traficantes da pandemia passaram a propagandear e a vender cloroquina.

Quando percebeu que a cloroquina estava encalhada e que não ganharia a guerra contra Doria, Bolsonaro liberou suas facções para que negociassem a vacina. Tudo nas sombras de um Ministério da Saúde militarizado.

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Sem a gritaria da CPI do Genocídio, os vendedores de vacinas, com a participação de civis e militares, segundo o relatório final da comissão, teriam ido adiante. 

Bolsonaro falava mal das vacinas em público, mas liberava as facções para que atuassem com liberdade, dentro do governo, no tráfico milionário de imunizantes superfaturados que nem existiam.

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Bolsonaro fracassou com a cloroquina e com o kit Covid e fracassou na articulação das quadrilhas das vacinas que seriam vendidas e compradas pelos coronéis a serviço de Pazuello. 

Não há mais como aplicar um golpe, porque nem nos jipes ele pode confiar, e não há como tumultuar a eleição e esculhambar com a apuração. 

Não há como em enfrentar Lula sem levar uma goleada. E talvez já não exista mais nenhuma chance de escapar da cadeia.

Sabotar a vacinação de crianças é o gesto desesperado de Bolsonaro. Esqueçam as conversas criminosas e ainda impunes sobre os riscos de contágio pelo HIV.

Bolsonaro aposta agora no imponderável, em algo que, na sua cabeça doente, ainda está por acontecer. E tem muita gente com boa formação (inclusive nas esquerdas) alarmada pela suspeita de que Bolsonaro pode estar certo.

Este é o nosso começo de 2022. Desejar que o ano novo seja bom para todos é também buscar o conforto do desprendimento e do altruísmo. Desejamos que seja legal para todo mundo, sem especificar amigos e inimigos, porque assim nos apresentamos como seres elevados.

Bolsonaro sobrepõe a essa mensagem o desejo de que tudo dê errado não mais para os adultos, mas para as crianças. A última chance do criminoso é essa aposta macabra. Bolsonaro está certo de que a morte de crianças pode salvá-lo.

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