A vez das crianças e jovens
Os jovens não podem ser objeto da visão falsa, das mentiras do ministro Paulo Guedes, que crítica o sistema de previdência sob pretexto de que ameaça nosso futuro, com riscos para todos os segurados. Essa versão de paraíso, de alternativa para conter o déficit fiscal, o rombo ou “buraco negro” faz parte do discurso tosco, terrorista, do atual presidente
As crianças, os jovens, não podem ser objeto da visão falsa, das mentiras do ministro Paulo Guedes, que crítica o sistema de previdência sob pretexto de que ameaça nosso futuro, o país, com riscos para todos os segurados. Economista, banqueiro, ele defende uma mudança radical, com o sistema de capitalização que implantou no Chile, na ditadura do General Augusto Pinochet.
Essa versão de paraíso, de alternativa para conter o déficit fiscal, o rombo ou “buraco negro” faz parte do discurso tosco, terrorista, do atual presidente Jair Messias. Num encontro com crianças, também vítimas do tiroteio da mídia, ele alertou que teriam com a capitalização segurança no sistema, ao invés de trabalhar para sustentar avós, pais e tios.
É a falta de senso, de lucidez, incentivo ao conflito de gerações, egoísta e desumano, enfim mais um testemunho da insensatez do chefe da nação. Na sua fala, na verdade visou iludir crianças, jovens e gerou duvidas, inquietação, sobre a recessão econômica. Além disso, tentou negar, deturpar, pois as aposentadorias, os programas e conquistas sociais, têm sido vitais para o processo de crescimento do país.
É inegável: as aposentadorias rurais, da classe sub-média, dos profissionais liberais, é que asseguram o sustento de filhos, afilhados, netos, vítimas do desemprego, da economia em queda desde 2015 e que piorou em 2016, com o golpe midiático parlamentar. Daí, esse discurso do “buraco negro”, da culpa de administrações passadas, tem tudo a ver com o desfecho de 1964, época do “milagre brasileiro”, da crise com os choques do petróleo e depois da submissão ao Fundo Monetário Internacional, gerando uma divida externa gigantesca.
A divida não foi paga nos governos de Geisel Figueiredo, Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. No governo Luiz Inácio Lula da Silva a dívida foi paga e o país teve recursos para investir no mercado interno, em programas e obras sociais, além de gerar reservas de 379 bilhões de dólares.
Neste governo, a previdência é um “bode expiatório”, única saída de economistas, analistas, para zerar o déficit fiscal, atrair investidores e especuladores. Na aventura, a capitalização privada – do interesse dos banqueiros e do mercado –, implantada pelo ministro que diz ter feito no Chile uma Suíça. Líderes e economistas chilenos contestam: é uma “fábrica de pobres”.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

