A vulgaridade da elite brasileira
O empresário que tinha sua imagem associada ao mérito, à competência empresarial, foi reduzido a mero lambaio da plutocracia, pois se submeteu e moldou aos interesses da elite bandida. Emílio foi estrume espalhado no campo da política.
O deboche do apatacado Emílio Odebrecht em depoimento no acordo de delação premiada no escândalo da Lava Jato, não só incomodou, mas surpreendeu muita gente. O homem que pertence ao seleto grupo de afortundados que vivem nababescamente e tomam os melhores vinhos, se comportou como um bronco, grosseiro e estúpido.
O Emílio debochado e obtuso que o Brasil viu no noticiário nacional da última semana não pode ser o mesmo que foi citado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em seu livro Diários da Presidência.
“Almocei aqui com Emilio Odebrecht e a Ruth [Cardoso]. Emilio veio trazer sugestões, nada para ele, só a respeito de vários temas de interessa nacional. É curioso. Tem um nome tão ruim a Odebrecht, e o Emilio tem sido sempre correto, há tantos anos”.
Quer dizer que esse Emílio rude, sem linguagem e modos sofisticados, dava sugestões a um homem tão culto como FHC?
Quem imagina a vida dos bilionários que já fizeram parte da lista dos mais ricos da Forbes, não espera um indivíduo tão papalvo como pareceu Emílio ao prestar depoimento.
O promotor que o interrogou, Sérgio Bruno, perdeu a paciência com as risadinhas descabidas do doador de campanhas mais querido da elite.
“Deixa de historinha, está na hora de dizer como a coisa suja é feita”.
Descarado, com inequívoco desprezo às convenções sociais e aos princípios éticos e morais que norteiam a administração privada e pública, Emílio chegou a dizer que não pagou os valores, mas autorizou a “ajuda” a partidos e candidatos.
O empresário que tinha sua imagem associada ao mérito, à competência empresarial, foi reduzido a mero lambaio da plutocracia, pois se submeteu e moldou aos interesses da elite bandida.
Hoje é um ladrão como qualquer outro, mesmo tendo degustado vinhos que são verdadeiros tesouros engarrafados.
Com a naturalidade de um estúpido Emílio evidenciou que o esquema dos ‘chiques’ conserva na essência a vulgaridade.
Cai como uma luva a comparação de Tolstoi sobre riqueza e estrume.
“Quando fica em uma pilha grande, provoca mau cheiro. Mas quando está distribuído por todo o campo, torna o solo fértil.”
Emílio foi estrume espalhado no campo da política.
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