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      Luciana Oliveira

      Jornalista de Porto Velho, Rondônia, e membro da Comissão Nacional de Blogueiros

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      A vulgaridade da elite brasileira

      O empresário que tinha sua imagem associada ao mérito, à competência empresarial, foi reduzido a mero lambaio da plutocracia, pois se submeteu e moldou aos interesses da elite bandida. Emílio foi estrume espalhado no campo da política.

      O empresário que tinha sua imagem associada ao mérito, à competência empresarial, foi reduzido a mero lambaio da plutocracia, pois se submeteu e moldou aos interesses da elite bandida. Emílio foi estrume espalhado no campo da política. (Foto: Luciana Oliveira)

      O deboche do apatacado Emílio Odebrecht em depoimento no acordo de delação premiada no escândalo da Lava Jato, não só incomodou, mas surpreendeu muita gente. O homem que pertence ao seleto grupo de afortundados que vivem nababescamente e tomam os melhores vinhos, se comportou como um bronco, grosseiro e estúpido.

      O Emílio debochado e obtuso que o Brasil viu no noticiário nacional da última semana não pode ser o mesmo que foi citado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em seu livro Diários da Presidência.

      “Almocei aqui com Emilio Odebrecht e a Ruth [Cardoso]. Emilio veio trazer sugestões, nada para ele, só a respeito de vários temas de interessa nacional. É curioso. Tem um nome tão ruim a Odebrecht, e o Emilio tem sido sempre correto, há tantos anos”.

      Quer dizer que esse Emílio rude, sem linguagem e modos sofisticados, dava sugestões a um homem tão culto como FHC?

      Quem imagina a vida dos bilionários que já fizeram parte da lista dos mais ricos da Forbes, não espera um indivíduo tão papalvo como pareceu Emílio ao prestar depoimento.

      O promotor que o interrogou, Sérgio Bruno, perdeu a paciência com as risadinhas descabidas do doador de campanhas mais querido da elite.

      “Deixa de historinha, está na hora de dizer como a coisa suja é feita”.

      Descarado, com inequívoco desprezo às convenções sociais e aos princípios éticos e morais que norteiam a administração privada e pública, Emílio chegou a dizer que não pagou os valores, mas autorizou a “ajuda” a partidos e candidatos.

      O empresário que tinha sua imagem associada ao mérito, à competência empresarial, foi reduzido a mero lambaio da plutocracia, pois se submeteu e moldou aos interesses da elite bandida.

      Hoje é um ladrão como qualquer outro, mesmo tendo degustado vinhos que são verdadeiros tesouros engarrafados.

      Com a naturalidade de um estúpido Emílio evidenciou que o esquema dos ‘chiques’ conserva na essência a vulgaridade.

      Cai como uma luva a comparação de Tolstoi sobre riqueza e estrume.

      “Quando fica em uma pilha grande, provoca mau cheiro. Mas quando está distribuído por todo o campo, torna o solo fértil.”

      Emílio foi estrume espalhado no campo da política.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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