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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Abraço no Kotscho

Alex Solnik se solidariza com o jornalista Ricardo Kotscho pela perda da esposa, a socióloga Mara Kotscho

Ricardo e Mara Kotscho (Foto: Reprodução/YouTube/Avosidade)
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Colegas de classe cursando o primeiro ano da Escola de Comunicações e Artes da USP, eu e o Ricardo Kotscho disputamos a mesma garota. Ela era simpática, falante, inteligente, linda, bela da cabeça aos pés. Todos queriam namorar com ela. 

Indiferente aos nossos apelos, ela dava a mesma atenção a nós dois. Ou seja, atenção alguma. Íamos à casa dela (morava quase em frente ao Estádio do Pacaembu), em dias e horas diferentes, é claro, conhecemos sua família, principalmente seu irmão, também da nossa tribo, a dos boêmios do Bar Riviera. 

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Nunca chegamos a duelar por ela. 

O Kotscho (nunca foi Ricardo) foi cursar Jornalismo, no segundo ano, e eu, Cinema. Deixamos de nos encontrar. E de cortejar a mulher dos sonhos. (Tudo indica que ela não sentiu saudades de nós.) Tomamos rumos diferentes. 

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Em pouco tempo, Kotscho se tornou jornalista premiado (Prêmio Esso 1973). Eu não tinha o menor talento nem paciência para o Cinema. Nem fígado para tanto steinhegger. Descobri que seria mais fácil ganhar a vida escrevendo em jornais e revistas. E então me encontrei com ele de novo. 

Na calçada em frente à redação do jornal “Amanhã”, cujo dono era Max Altman, pai de Breno Altman, ele me alertou acerca de um pacto que afetaria minha carreira. Donos das três mais importantes editoras de São Paulo decidiram fechar as portas para mim em razão de uma matéria publicada na revista “Sexy”. “Nunca mais vão te contratar”, disse Kotscho. 

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Depois de muitos anos, nos encontramos de novo. Na revista “Brasileiros”, do nosso amigo comum Hélio Campos Mello, hoje mais conhecido como pai da Patrícia Campos Mello. 

Das reuniões de pauta, descíamos, invariavelmente, ao botequim mais próximo, falar mal dos outros. E relembrar os tempos em que fomos chefiados por Mino Carta. E rir de nós mesmos sobre o desfecho do nosso fracasso comum: a garota que disputamos acabou casando com um amigo nosso.

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Depois da saideira, a primeira coisa que Kotscho fazia era ligar para a sua mulher: “Mara… quer que leve empanadas pra casa”? 

Àquela altura da vida, eu já tinha casado, descasado, e casado de novo. Kotscho, não. Dois anos depois da paixão platônica pela mesma garota que eu, ele conheceu a Mara, casou com ela e foi sua mulher até ontem. E que ele amou até ontem.

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Eu não a conheci. Só hoje fiquei sabendo ter sido socióloga e fundadora do Datafolha. 

Por sorte, Kotscho tem mais duas Mara na sua vida. A Mariana, brilhante jornalista, minha amiga no Facebook. E Carolina, brilhante escritora e roteirista, autora, dentre outros sucessos, de “Dois filhos de Francisco”. 

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Duas filhas de Ricardo e Mara. 

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