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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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Ações militares e políticas dos EUA em favor de Taiwan são provocações à China

A China reage afirmando que não há margem para concessões em questões relacionadas a sua soberania, aponta o editor internacional José Reinaldo

(Foto: Reuters)
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Por José Reinaldo Carvalho - O Departamento de Estado dos EUA aprovou uma nova venda de armas a Taiwan, a assistência para treinamento militar e outras medidas para fortalecer o sistema de defesa aérea da província rebelde da China, alegando que o território da ilha poderia sofrer ataques aéreos. É a terceira venda de armas anunciada desde que Joe Biden assumiu a chefia da Casa Branca em 20 de janeiro do ano passado, atitude que é sempre alvo da gratidão das autoridades da ilha, também conhecida como Formosa, e do repúdio da República Popular da China (RPC).

A venda de armas e outros tipos de ajuda militar a Taiwan são flagrantes violações do princípio, caro ao país socialista asiático, de que no mundo existe apenas uma China. Os Estados Unidos sabem disso e estão comprometidos oficialmente com o enunciado, porquanto assinaram documentos reconhecendo esta realidade política e jurídica. Se não fosse assim, os dois gigantes não teriam estabelecido relações diplomáticas, porque o reconhecimento do princípio "uma só China" é condição sine qua non estabelecida pela RPC para instaurar e manter relações bilaterais com qualquer país. 

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Assim, os Estados Unidos violam conscientemente seus próprios compromissos, em função da estratégia desestabilizadora de sua política externa, cujo ponto central, agora um pouco obnubilado pela emergência do enfrentamento com a Rússia, consiste em impedir a ascensão da China. Para tal, os EUA carecem de usar exaustivamente as autoridades separatistas de Taiwan como peão antichinês nas bordas da China Continental. Taiwan é uma peça no posicionamento dos EUA na vasta região da Ásia-Pacífico com função anti-China. É para isto que criaram o Aukus (Austrália-Reino Unido-EUA) e o Quad (EUA-Japão-Austrália-Índia). Igualmente, é com vistas ao cerco da China que a Marinha de Guerra da superpotência do Norte singra as águas do Mar do Sul da China, o que é essencialmente uma provocação militar travestida de "proteção ao direito de navegação", como alegam. Têm o mesmo sentido as ações militares na Península Coreana e a hostilidade manifesta à República Popular Democrática da Coreia. 

As movimentações estratégicas e militares da Casa Branca e do Pentágono são secundadas pela ala política do regime do Partido Democrata. A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, inicia no próximo domingo (10) uma visita política a Taiwan, o que também contraria o princípio "uma só China" e sem dúvidas provocará igualmente a reação de Pequim, porque se trata de mais uma demonstração ostensiva do apoio estadunidense aos separatistas de Taiwan, que além do apoio militar, querem exibir o trunfo diplomático. A visita de Pelosi será a mais importante de uma autoridade política sob a presidência de Joe Biden, na sequência de diversas viagens de altos funcionários estadunidenses à ilha nos últimos 15 meses. Tudo isso ganha maior relevo no momento em que círculos imperialistas fazem ilações sobre a possibilidade de a China "imitar" a Rússia, que realiza uma ofensiva militar sobre a Ucrânia, lançando um ataque a Taiwan, algo que Pequim já descartou. 

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Como demonstração da felonia estadunidense e do seu total descompromisso com a distensão mundial, vale lembrar que no mês passado, durante conversação de alto nível entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, o chefe da Casa Branca prometeu que não promoverá uma nova guerra fria, não tentará mudar o sistema da China, não fará aliança com terceiros contra a China e não apoiará a independência de Taiwan. Biden também manifestou, diante de Xi Jinping, que não quer confronto. 

Diante desses fatos, a diplomacia chinesa enfatiza reiteradamente que não há margem para  concessões em questões relacionadas a sua soberania, segurança e interesses fundamentais. É evidente o descontentamento com o não cumprimento das promessas da Casa Branca quanto a assuntos sensíveis para a China. A venda de armas a Taiwan, as visitas de autoridades para visitar a ilha e a nova estratégia para a região do Indo-Pacífico constituem uma demonstração cabal de que a conduta dos Estados Unidos é contrária à soberania da China, à estabilidade na região asiática e à paz mundial.  

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