Acorda, Brasil!

O centro de Londres viu mais de 300.000 pessoas reunirem-se num protesto massivo contra as ações de Israel em Gaza. Em meio a debates, o canto “do rio ao mar, a Palestina será livre” foi dominante. A Polícia Metropolitana não realizou prisões por cantar o slogan.

Essa multidão foi em Londres. Foram dezenas de manifestações hoje em todo o mundo pela paz e contra a carnificina sanguinária no Oriente Médio. Que a sociedade brasileira desperte de sua paralisia, de seu sonambulismo catatônico, e faça igual, que invada ruas, praças, calçadas com o ímpeto de sua indignação. Chega de marasmo e conivência, chega de ser gado, chega de obedecer apenas aos apitos fundamentalistas, mexam-se! Que os movimentos sociais ressuscitem!

Nem contra a sua própria fome, o brasileiro consegue se manifestar. No domingo passado, foi uma decepção a tão anunciada passeata da campanha anual da Ação Cidadania, no Aterro do Flamengo.

Se o povo brasileiro não se importa com a própria fome, pelo menos que se indigne contra a matança desenfreada de crianças, mulheres, idosos, o extermínio de civis inocentes em Gaza. Que se comova com os corpos dilacerados, as vidas humanas soterradas, as pás dos tratores cobrindo com areia do deserto covas superlotadas com centenas de corpos.

Se os gemidos das crianças, os lamentos dos pais carregando filhos assassinados, se nada disso emociona o nosso povo, o que há de se esperar de nosso futuro?

Será possível que nós só sabemos rebolar a bunda pra dançar funk e sambar no carnaval?

Onde está a tão decantada empatia brasileira? E o sentimento solidário?

Até agora, no Brasil, só o Governo Lula, o Ministério das Relações Exteriores, a FAB, a mídia progressista, as redes sociais mostram serviço nessa hora crucial.

Apalermada, nossa população zumbi não se motiva mais com o amor. Só o ressentimento e o ódio parecem lhe servir de combustível.