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Marcelo Zero

É sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado

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Acordos do governo Bolsonaro visam ampliar dependência dos EUA

Sociólogo Marcelo Zero alerta que, pelo acordo assinado com os Estados Unidos, o Brasil vai contrair empréstimos para comprar bens e serviços norte-americanos. "Muito provavelmente, esse 'generoso' dinheiro será usado, em grande parte, para a implantação do 5G no Brasil, eliminando a concorrência de empresas chinesas", avalia

(Foto: Reuters)
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A ignorância da nossa mídia sobre geopolítica e relações econômicas internacionais é apavorante.

Entre os vários acordos recentemente firmados pelo Brasil com os EUA, está um memorando de entendimento, o qual prevê financiamentos para o Brasil de até US$ 1 bilhão (equivalente a cerca de R$ 5,6 bilhões), fornecidos pelo EximBank (Export–Import Bank of the United States) dos EUA, para serem investidos em projetos de infraestrutura, inclusive telecomunicações e 5G.

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A imprensa vê isso como um “grande negócio” para o Brasil, que poderá contar com essa quantia para desenvolver “importantes projetos”.

Ora, o EximBank é o BNDES de lá. Ele existe e opera exclusivamente para promover exportações de bens e serviços dos EUA. Os seus financiamentos só podem ser usados para isso.  

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Quaisquer financiamentos que o Brasil for usar, com base nesse memorando entendimento, terão de ser utilizados integralmente para comprar produtos e serviços made in USA.  

Ou seja, o Brasil (ou empresas que vão tocar os projetos) vai contrair empréstimos para comprar bens e serviços norte-americanos.  

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Muito provavelmente, esse “generoso” dinheiro será usado, em grande parte, para a implantação do 5G no Brasil, eliminando a concorrência de empresas chinesas.  

Tudo isso vem num momento de redução substancial da corrente de comércio Brasil /EUA e de aplicação contínua de medidas protecionistas contra produtos brasileiros, como alumínio, aço e etanol.  

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Assim, o Brasil vai usar o dinheiro do EximBank para ampliar ainda mais nosso déficit comercial com os EUA, que apenas até agosto já superava US$ 3 bilhões, bem como para aumentar a dependência tecnológica em relação à Washington.

Enquanto isso, nosso BNDES é desidratado, nossa construção civil pesada é destruída, nossas empresas são leiloadas e a nossa relação com a China, principal parceiro comercial do Brasil, é duramente atacada.  

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Nossos vira-latas, além de serem vira-latas, são míopes. Não servem nem para chafurdar no lixo.

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